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 Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico

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medicina133ufpe




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MensagemAssunto: Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico   Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico Icon_minitimeSex Jun 21, 2013 11:27 pm

Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico (BlackBook Cirurgia)

Turma 133 - Curso Médico - UFPE - 2o Período

Interessa saber, que ao cirurgião é exigido um conhecimento profundo de Anatomia e Histologia, além do seu fazer clínico.

Interessa saber, portanto, de forma preliminar, como entrar em um bloco cirúrgico, como lavar-se e paramentar-se para uma cirurgia, o ambiente da sala de operação, a equipe cirúrgica, equipamentos básicos na sala de operação, instrumental e instrumentação cirúrgica, habilidades básicas ou conjunto de técnicas.

O bloco cirúrgico é uma Unidade do hospital formada por um conjunto de salas de operação e diversas salas de suporte projetadas e construídas de forma a assegurar as condições de logística, equipamentos, assepsia, funcionalidade, conforto, eficiência e segurança necessárias para a execução das cirurgias de diferentes níveis de complexidade.

A sala de operação deve ser ampla o suficiente para conter a mesa cirúrgica, o foco para iluminação, a mesa de instrumentação, os equipamentos de anestesia (ventilador mecânico), o equipamento de videocirurgia, balão de CO2 (se for realizada a laparoscopia ou toracoscopia), armários com materiais e medicamentos usados durante a operação, fontes de oxigênio, aspirador, bisturi elétrico, recipientes para coleta de lixo hospitalar, sacos plásticos para conter os campos e compressas sujas, etc. Para cirurgias de alta complexidade como cirurgias cardíacas, neurocirurgias ou transplantes, são necessários outros equipamentos (aparelho de circulação extracorpórea, microscópios, mesa de instrumentação complementar, etc.).

A entrada no bloco cirúrgico - É geralmente feita pelo vestiário onde os profissionais devem trocar a roupa com vestimenta do bloco cirúrgico (calça e jaleco de manga curta), usar gorros, máscaras e proteger os calçados com uma bota (propé). Se o profissional sai do bloco cirúrgico ou usa o sanitário usando essa roupa, toda a paramentação deve ser trocada assim que ele retornar. Sempre antes, lavar as mãos com água e sabão para entrar no bloco cirúrgico. Enxugar as mãos e desinfetá-las com álcool glicerinado - deixando agora secar espontaneamente.

Composição da Equipe - A coordenação é do cirurgião. A equipe é composta pelo cirurgião, primeiro auxiliar, instrumentador, anestesiologista e enfermeira circulante. Em cirurgias de grande porte, pode ser necessário um segundo e terceiro auxiliares além de técnicos especializados.  A harmonia e sincronização da Equipe são essenciais para a eficácia e o sucesso da operação.

Cirurgião - É o responsável principal pelo paciente, pela definição da conduta, pela orientação da tática cirúrgica e pela organização do trabalho da Equipe. Incluindo, o pré-operatório e pós-operatório.

Auxiliar ou Assistente - Deve se adiantar aos próximos passos técnicos, na hemostasia compressiva preliminar, ao pinçamento dos vasos, enxugar o campo cirúrgico, melhorar a exposição, cortar fios, etc.

Circulante - membro importante da Equipe e é o primeiro que chega no bloco cirúrgico. Verificar as condições da sala e dos equipamentos, auxiliar a recepção do paciente, preparar a mesa de instrumentação, auxiliar o anestesiologista, formulários e relatórios, etc.

Instrumentador - De preferência um profissional de enfermagem cirúrgica ou médicos residentes entregando e recolhendo os instrumentos solicitados.

Preparo da pele - Deve ser rigoroso e iniciado após o posicionamento do paciente na mesa cirúrgica e liberação pelo anestesiologista. Usa-se esponjas e compressas com degermantes (clorexidina ou PVPI) ou mesmo escovação com escova delicada. A anti-sepsia da pele pode ser realizada pelo cirurgião ou pelo primeiro auxiliar.

Campos cirúrgicos - Campos estéreis de tecido ou material sintético são colocados sobre o corpo do paciente para delimitar a área de operação.

Diérese - Inclui as técnicas de abertura, de incisão, divulsão, secção, divisão, separação, transecção, serração, perfuração ou punção de diferentes tecidos, que fazem parte tanto da confecção de via de acesso como do procedimento operatório específico - dependendo do tipo de cirurgia. As incisões devem ser planejadas para preservar ao máximo a musculatura e a inervação e permitir um fechamento seguro (Tecido com Tecido símile).

Incisão da pele e subcutâneo - Deve ser feita com bisturi de lâmina descartável. Usa-se mais frequentemente uma lâmina número 10, 15 ou 20 para a pele. Deve-se respeitar as linhas de tensão e considerar o sentido da vascularização e inervação. A lâmina deve penetrar na pele perpendicularmente até tocar o plano profundo da aponeurose. Idealmente, a incisão da pele é feita com um só movimento.

Abertura das aponeuroses - Nas laparotomias (do apêndice xifoide à sínfise púbica), após a abertura da pele e do subcutâneo, é feita a abertura da aponeurose. Enquanto o auxiliar afasta as bordas da ferida, o cirurgião incisa a aponeurose com o eletrocautério.

Abertura dos músculos - A maior parte das incisões é mediana e os músculos não são abordados. Nas incisões paramedianas, por exemplo, após a abertura da lâmina anterior da bainha do reto, o músculo é afastado lateralmente (ex.: afastador de Farabeuf).

Abertura do peritônio - Deve ser feita com cuidado para evitar a lesão acidental da alça intestinal que pode estar aderida a ele.

Tesouras - São usadas para seccionar, dissecar, divulsionar e desbridar tecidos, além de cortar os fios cirúrgicos.

Dissecção cirúrgica - Dissecar significa destacar ou colocar em evidência determinadas estruturas ou tecidos (vasos, nervos, linfonodos, etc.) separando-os de outros tecidos ou planos anatômicos.

Hemostasia - Hemostasia temporária (após uma secção, o vaso sangrante deve ser imediatamente comprimido com o dedo, compressa ou gaze enquanto se providencia seu pinçamento com pinça hemostática. A compressão prolongada é suficiente para que sangramentos menores sejam interrompidos por espasmo vascular; Pinçamento do vaso com pinça hemostática (É a forma mais eficaz de interromper um sangramento vascular enquanto se providencia a ligadura do vaso com fio ou sua eletrocoagulação).

Suturas e Fios - Há interesse?.

Tipos de incisões (nomes) - Há interesse?

Cicatrização - É a regeneração tissular (=dos tecidos) constituída por proliferação celular, angiogênese e formação de fibrina. O tempo necessário varia em diferentes tecidos. É rápida em vasos, serosas e mucosas e mais lenta na pele, fáscia, aponeurose, tendão e osso. Na pele é mais rápida na face, pescoço e períneo. Primeiras 24 horas: vedamento por coágulo e fibrina; entre 1 e 5 dias: migração de polimorfonucleares, linfócitos, monócitos, debridamento de tecidos necrosados; entre 5 e 14 dias: migração de fibroblastos com intensa deposição de colágeno; entre 14 e 30 dias: remodelação; 30 dias a 6 meses: cicatriz definitiva. Fatores que interferem negativamente na cicatrização: desnutrição; infecção; inflamação; edema; corpo estranho; imunodepressão; hipoxemia; desidratação tissular; doenças do colágeno (auto-imune); quimioterapia; radioterapia; diabetes; tabagismo; anemia; hipotireoidismo; deficiência de vitaminas A e C; neoplasias, etc.
Hélia Cannizzaro

 
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MiriamCarvalho




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MensagemAssunto: Re: Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico   Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico Icon_minitimeSeg Jun 24, 2013 7:11 am

Olá professora, achei muito importante esse tópico e coloco aqui alguns complementos a essas informações que a senhora postou, resultantes de antigas dúvidas minhas:

1. Há diferenças entre ASSEPSIA e ANTISSEPSIA?
Sim, são conceitos diferentes: 

Antissepsia: é a eliminação das formas vegetativas de bactérias patogênica e grande parte da flora residente da pele ou mucosa, através da ação de substâncias químicas (anti-sépticos).
Assepsia: Método empregado para impedir que um determinado meio seja contaminado. Quando este meio for isento de bactérias chamamos de meio asséptico.

Dessa forma, a utilização de soluções como rifocina ou clorexidina são métodos antissépticos, já a esterilização dos instrumentos cirúrgicos, ou até mesmo a paramentação do cirurgião são formas de assepsia.

Há ainda outros conceitos relevantes como:

Degermação: Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do número de
microorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão.

Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases, líquidos

ou sólidos.


SUTURA e FIOS - Antes de tudo é importante saber que a escolha do fio se relaciona prioritariamente a tipo de tecido ao qual será aplicado, de forma que ocorra biocompatibilidade. Há então a seguinte classificação:
FIOS ABSORVÍVEIS - São os que, decorrido algum tempo após a sutura, por ação orgânica são absorvidos, podem ser de:
      Origem Animal 
      Origem Sintética
FIOS NÃO ABSORVÍVEIS - continuam na superfície suturada, mesmo após cicatrização.
     Origem Animal
     Origem Vegetal
     Origem Sintética


Fontes: 
Ministério da Saúde. Secretaria Nacional de Organização e
Desenvolvimento de Serviços de Saúde. Programa de infec-
ção hospitalar. Lavar as mãos. Brasília. Centro de Documentação do Ministério da Saúde. 1989, 39 p. Série A. Normas e
manuais técnicos 11.
Magalhães HP. Técnica cirúrgica e cirurgia experimental. São
Paulo. Ed. Sarvier, 1993. 338 p.

Att, Míriam Carvalho  -133
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Hélia Cannizzaro




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MensagemAssunto: Re: Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico   Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico Icon_minitimeSeg Jun 24, 2013 10:51 pm

Miriam Carvalho
Boas observações.
Isto gera o conceito da diferença entre um bacteriostático de um bactericida.
O bacteriostático gera condições desfavoráveis ao crescimento bacteriano, o bactericida é ação
antibiótica propriamente dita.
Quanto às suturas e fios farei em breve uma abordagem preliminar.
Hélia Cannizzaro
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MensagemAssunto: Re: Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico   Visão Preliminar do Bloco Cirúrgico Icon_minitime

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