Trombose Venosa (Preliminar)

Turma 135
A trombose venosa consiste na formação de um coágulo mais ou menos extenso no interior de uma veia, ocluindo-a parcial ou totalmente, com variável reação inflamatória primária ou secundária da sua parede (das suas túnicas). É conhecida sob diversas denominações: trombose venosa aguda, tromboflebite, flebotrombose, doença tromboembólica. O trombo venoso apresenta uma cabeça e um corpo variavelmente aderentes à parede (túnicas) venosa e uma cauda flutuante (na luz do vaso) que muitas vezes se rompe e emboliza (êmbolo) na árvore pulmonar (embolia pulmonar). Com graves conseqüências. A etiologia (causa) da doença envolve lesão da parede venosa, hipercoagulabilidade do sangue e estase (parada ou diminuição da circulação venosa) do sangue dentro da veia. As tromboses podem ser primárias ou idiopáticas (não se sabe a origem) ou secundárias. As primárias são pouco freqüentes, que ocorrem nas veias profundas ou em veias periféricas. As secundárias constituem a quase totalidade dos casos. Podem ocorrer após o parto (as grávidas coagulam mais ou têm um retorno venoso mais comprometido?), após cirurgias (justifica?), na fase terminal de tumores mailgnos (justifica?), em doenças hematológicas por aumento de produção de plaquetas, em doenças infecciosas (justifica?), em traumatismos e fraturas, etc. O Diagnóstico é eminentemente clínico. No pós-operatório há pequenas elevações de temperatura e taquicardia (aumento da freqüência cardíaca) que pode sugerir uma trombose venosa. Para facilitar o diagnóstico pode-se abordar os sistemas venosos mais acometidos:
1.Veias da região sural (panturrilha) – Dor à palpação com edema raro. É o tipo mais comum no pós-operatório;
2.Veias da região iliofemural – Há edema de todo membro, com sensibilidade à palpação no trígono femoral. A pele fica ligeiramente cianótica (pálida) e forma-se um esboço de circulação colateral (para vencer a obstrução ) na região inguinal. Se for uma trombose maciça pode ocorrer cianose intensa, petéquias (sangramento em capilares), bolhas e mesmo gangrena, devido à oclusão arterial por colapso. Esta ultima condição, tem indicação cirúrgica imediata;
3.Veia cava inferior – O quadro é semelhante à região iliofemural, porém com sinais bilaterais.

Alguns procedimentos diagnósticos são utilizados como flebografia (radiografia dos vasos), pressão venosa, radioisótopos, etc.. O repouso no leito é importante no início, pois diminui a dor e o edema. Não se deve prolongar por mais de 2 a 3 semanas. Os pés da cama serão elevados para formar um ângulo de aprox. 30o. As compressas mornas aliviam um pouco os sintomas dolorosos (mas, não aumentariam o processo inflamatório?), ataduras elásticas para contenção são mantidas por 10 a 12 meses, os anti-inflamatórios são úteis especialmente os não hormonais, os anticoagulantes é a medicação mais importante como a heparina. As medidas cirúrgicas de urgência são indicadas nas femurais e cava através de trombectomia (ectomia = retirada) e embolectomia.
Hélia Cannizzaro

Como a Professora Hélia citou que um trombo venoso, muitas vezes, se rompe e emboliza na árvore pulmonar causando a embolia pulmonar, é interessante citar como se dá esse desenvolvimento.
Uma trombose venosa se desenvolve numa embolia pulmonar através de um trombo venoso que se solta e entra em circulação, é levado na direção do coração, indo através do átrio direito para o ventrículo e entra na artéria pulmonar. À medida que o trombo vai atravessando o pulmão, os vasos vão se tornando mais estreitos, até que ele pode se fixar numa artéria pulmonar estreita. Esta obstrução impede a circulação a partir desse ponto. O segmento afetado não consegue oxigenar corretamente o sangue, ocasionando dor no peito e um desconforto respiratório. Pode ocorrer ainda que o sangue estagnado na zona do coágulo extravasa na artéria pulmonar, podendo provocar um edema no pulmão.

Em relação as grávidas, a compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico, contribui para estase venosa, favorecendo dessa forma os fenômenos trombóticos. Além disso, a gravidez constitui um estado de hipercoagulabilidade preparatório para o parto, através da produção dos inibidores do plasminogênio pela placenta, diminuindo a atividade fibrinolítica e aumentando a agregação plaquetária.
*O plasminogênio se converte em plasmina(forma ativa), a qual tem por função degradar a fibrina

Raissa Malena

Veias superficiais e profundas estão sujeitas à doença. A trombose venosa profunda (TVP) é mais grave e o tratamento com anticoagulantes deve preceder o resultado do exame (frequentemente opta-se pelo ecodoppler, um ultrassom vascular, método não-invasivo: oferece mapeamento de cores para análise do fluxo sanguíneo). Isso porque mais vale medicar um paciente que não necessita do que deixar desvalido por 2-3 dias um paciente que realmente necessita: 2 dias são suficientes para que o trombo adira na parede da veia e torne o quadro clínico mais grave.

A tremboflebite superficial é caracterizada por vermelhidão ao longo do segmento de veia atingido e tumefação (aumento de volume). Os coágulos na veia superficial provocam inflamações, o que causa extrema dor. Agrava-se quando progride para o sistema venoso profundo, através de veias perfurantes.

Ps: li que a principal causa das tromboses venosas é a IMOBILIDADE. Como a profª Hélia disse, é comum após intervenções cirúrgicas (sobretudo que envolvem paralisia do membro inferior), mas também em viagens prolongadas! Tanto que se fala da "síndrome do viajante", termo que se disseminou para descrever passageiros que desenvolveram embolia pulmonar após uma longa viagem de avião.
Genética e perfil lípidico também contribuem substancialmente para provocar tromboses venosas...

Deise Alves
Exatamente. As embolias pulmonares costumam ser fatais, muitas vezes não há tempo de socorro hospitalar,
quando ocorre no domicílio ou em atividades laborativas do indivíduo.
Hélia Cannizzaro

Deise Alves escreveu:

Como a Professora Hélia citou que um trombo venoso, muitas vezes, se rompe e emboliza na árvore pulmonar causando a embolia pulmonar, é interessante citar como se dá esse desenvolvimento.
Uma trombose venosa se desenvolve numa embolia pulmonar através de um trombo venoso que se solta e entra em circulação, é levado na direção do coração, indo através do átrio direito para o ventrículo e entra na artéria pulmonar. À medida que o trombo vai atravessando o pulmão, os vasos vão se tornando mais estreitos, até que ele pode se fixar numa artéria pulmonar estreita. Esta obstrução impede a circulação a partir desse ponto. O segmento afetado não consegue oxigenar corretamente o sangue, ocasionando dor no peito e um desconforto respiratório. Pode ocorrer ainda que o sangue estagnado na zona do coágulo extravasa na artéria pulmonar, podendo provocar um edema no pulmão.

Raissa Malena
Quais são os inibidores do plasminogênio pela placenta?
A proposta de Deus na gravidez é evitar sangramentos?
É frequente trombose em grávidas? Ou gravidez, é saúde?
Hélia Cannizzaro

Raissa Malena escreveu:

Em relação as grávidas, a compressão da veia cava inferior pelo útero gravídico, contribui para estase venosa, favorecendo dessa forma os fenômenos trombóticos. Além disso, a gravidez constitui um estado de hipercoagulabilidade preparatório para o parto, através da produção dos inibidores do plasminogênio pela placenta, diminuindo a atividade fibrinolítica e aumentando a agregação plaquetária.
*O plasminogênio se converte em plasmina(forma ativa), a qual tem por função degradar a fibrina

Raissa Malena

Julio Zoe
Tão importante o que você trata aqui. IMOBILIDADE !
Nós Médicos, buscamos no hospital, o mais rápido possível, quando possível, o paciente deambular (andar).
Hélia Cannizzaro

juliozoe escreveu:

Veias superficiais e profundas estão sujeitas à doença. A trombose venosa profunda (TVP) é mais grave e o tratamento com anticoagulantes deve preceder o resultado do exame (frequentemente opta-se pelo ecodoppler, um ultrassom vascular, método não-invasivo: oferece mapeamento de cores para análise do fluxo sanguíneo). Isso porque mais vale medicar um paciente que não necessita do que deixar desvalido por 2-3 dias um paciente que realmente necessita: 2 dias são suficientes para que o trombo adira na parede da veia e torne o quadro clínico mais grave.

A tremboflebite superficial é caracterizada por vermelhidão ao longo do segmento de veia atingido e tumefação (aumento de volume). Os coágulos na veia superficial provocam inflamações, o que causa extrema dor. Agrava-se quando progride para o sistema venoso profundo, através de veias perfurantes.

Ps: li que a principal causa das tromboses venosas é a IMOBILIDADE. Como a profª Hélia disse, é comum após intervenções cirúrgicas (sobretudo que envolvem paralisia do membro inferior), mas também em viagens prolongadas! Tanto que se fala da "síndrome do viajante", termo que se disseminou para descrever passageiros que desenvolveram embolia pulmonar após uma longa viagem de avião.
Genética e perfil lípidico também contribuem substancialmente para provocar tromboses venosas...

Nas gestantes o risco de Trombose venosa profunda(TVP) aumenta a partir do 5º mês de gestação.
   A TVP pode atingir até 70% das gestações e contribuem para esta frequência: elevados níveis de estrógeno e progesterona, além de alterações anatômicas e hemodinâmicas condicionadas pelo útero gravídico, responsável,por exemplo, pela compressão da veia cava inferior, contribuindo para estase venosa e assim favorecendo fenômenos trombóticos. Vale ressaltar que estase se enquadra na "tríade da TVP", a qual conta com: estase, lesão endotelial e hipercoagubilidade.
   Gestantes apresentam quadro de hipercoagubilidade, através da produção de inibidores 1 e 2 do plasminogênio pela placenta, diminuindo a atividade fibrinolítica e aumentando a agregação placentária. A hipercoagublidade é uma forma de o corpo se preparar para o parto, onde é preciso controlar o sangramento mais rapidamente.
  Em gestantes "favoráveis" a apresentarem quadros trombóticos, faz-se uso de aspirina e heparina não fracionada em baixas doses.

Bom texto Caio Graco.
uma visão etiopatogênica concisa e segura, na gravidez.

Caio Graco escreveu:

Nas gestantes o risco de Trombose venosa profunda(TVP) aumenta a partir do 5º mês de gestação.
   A TVP pode atingir até 70% das gestações e contribuem para esta frequência: elevados níveis de estrógeno e progesterona, além de alterações anatômicas e hemodinâmicas condicionadas pelo útero gravídico, responsável,por exemplo, pela compressão da veia cava inferior, contribuindo para estase venosa e assim favorecendo fenômenos trombóticos. Vale ressaltar que estase se enquadra na "tríade da TVP", a qual conta com: estase, lesão endotelial e hipercoagubilidade.
   Gestantes apresentam quadro de hipercoagubilidade, através da produção de inibidores 1 e 2 do plasminogênio pela placenta, diminuindo a atividade fibrinolítica e aumentando a agregação placentária. A hipercoagublidade é uma forma de o corpo se preparar para o parto, onde é preciso controlar o sangramento mais rapidamente.
  Em gestantes "favoráveis" a apresentarem quadros trombóticos, faz-se uso de aspirina e heparina não fracionada em baixas doses.

Prevenindo a trombose venosa : Algumas dicas são...
caminhar sempre.A contração da musculatura nas caminhadas, entre outros benefícios, aumenta a velocidade do fluxo do sangue nas veias.
Se ficar sentado muito tempo, de vez em quando elevar a ponta do pé em direção ao tornozelo.
Uso de meias elásticas. Elas massageiam e melhoram o fluxo sanguíneo.
Antes da viagem longa, é recomendado consultar um médico sobre a necessidade de medicação preventiva.
Evitar os três vilões da formação do coágulo dentro da veia: cigarro, sedentarismo e peso acima do normal.

Professora, o texto cita que a trombose venosa pode ocorrer na fase terminal de tumores malignos. Porém, li uma reportagem que associa a formação de trombos no paciente com câncer, mais especificamente no começo da doença, ou até precedendo o diagnóstico. Gostaria que a senhora explicasse melhor primeiramente a relação do trombo com o tumor e, se possível, comentar se a reportagem que a que me refiro tem fundamento.

Acho interessante também destacar algumas causas e alguns sintomas da tromobose venosa:
Os sinais clínicos clássicos da trombose venosa incluem aumento da temperatura local, inchaço, dor e rigidez da musculatura, especialmente na panturrilha. Contudo, em cerca de 50% dos casos, o trombo se instala na veia sem provocar manifestações locais. Essas são as situações de maior perigo, pois o primeiro sintoma pode ser a embolia pulmonar, que cursa com falta de ar, palpitação, febre baixa, ansiedade e dor no tórax.

O desenvolvimento da trombose venosa está principalmente relacionado com a diminuição da velocidade da circulação, também chamada de estase venosa, que ocorre quando o indivíduo é obrigado a ficar numa mesma posição por muito tempo, como em hospitalizações e imobilizações prolongadas e em viagens muito longas, como Júlio expôs.

Da mesma forma, diversas situações e doenças que tornam o sangue mais viscoso levam o organismo a produzir trombos com mais facilidade, como o uso de anticoncepcionais, a gravidez, o diabetes, a existência de tumores e as moléstias do sangue.

Outros importantes fatores de risco para a trombose ainda incluem a presença de varizes, um episódio recente de infarto do miocárdio, a obesidade, o tabagismo e o próprio envelhecimento.

Excelente prevenção.
Se formos educados para prevenir, diminuiremos certamente as patologias já instaladas.
E muitas delas, de difícil recuperação.

Amanda Mirela Rodrigues escreveu:

Prevenindo a trombose venosa : Algumas dicas são...
caminhar sempre.A contração da musculatura nas caminhadas, entre outros benefícios, aumenta a velocidade do fluxo do sangue nas veias.
Se ficar sentado muito tempo, de vez em quando elevar a ponta do pé em direção ao tornozelo.
Uso de meias elásticas. Elas massageiam e melhoram o fluxo sanguíneo.
Antes da viagem longa, é recomendado consultar um médico sobre a necessidade de medicação preventiva.
Evitar os três vilões da formação do coágulo dentro da veia: cigarro, sedentarismo e peso acima do normal.

Daniel Sá Carvalho
A trombose ocorre em pacientes com neoplasias, e existe uma justificativa.
Antes que falemos sobre ela, qual o conteúdo da reportagem que você cita?|
Descreva-a de forma referendada.
Hélia Cannizzaro

Daniel Sá Carvalho escreveu:

Professora, o texto cita que a trombose venosa pode ocorrer na fase terminal de tumores malignos. Porém, li uma reportagem que associa a formação de trombos no paciente com câncer, mais especificamente no começo da doença, ou até precedendo o diagnóstico. Gostaria que a senhora explicasse melhor primeiramente a relação do trombo com o tumor e, se possível, comentar se a reportagem que a que me refiro tem fundamento.