Estrutura da Parede do Tubo Digestivo

Estrutura da Parede do Tubo Digestivo
O restante do trato digestivo (cavidade oca) tem paredes constituídas por quatro camadas principais chamadas de Mucosa, Submucosa, Muscular Externa e Serosa ou Adventícia.
1. Mucosa – Consiste em um epitélio de revestimento que varia em morfologia e função, de acordo com o órgão; uma lâmina própria (LP=TCF); e uma MM (=muscular da mucosa);
2. Submucosa – de Tecido conjuntivo denso (TCD);
3. Muscular Externa – Circular, longitudinal e oblíqua (feixes);
4. Serosa ou Adventícia – Quando coberta pelo peritônio visceral é referida como serosa, quando ausente esta cobertura mesotelial (ex.: segmentos retroperitoneais do intestino) é referida como adventícia. TCF.

Olá professora,
Acerca da estrutura do TGI, um tema que me chama bastante atenção é o Sistema Nervoso Entérico (SNE). O SNE pode ser dividido em dois plexos: o submucoso (abaixo da submucosa) e o mioentérico (entre a camada circular e a camada longitudinal da camada muscular externa).
O meu interesse provém principalmente do fato de que esse sistema possui uma grande independência do SNC e possui uma relação muito grande com esse último. Acerca disso, existem pesquisas que tentam achar nesse sistema as causas ou os primeiros sintomas da Doença do Parkinson (DP). Sobre esse assunto, achei um artigo bem interessante: “As alterações gastrointestinais e olfatórias precedem os sinais motores no modelo experimental da doença de Parkinson induzido pela rotenona”, disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/107483 . Nesse artigo, a pesquisadora induziu a diminuição da motilidade gastrointestinal associada à inflitração de leucócitos no cólon, a partir do pesticida rotenona. E os resultados apontaram que o comprometimento intestinal e olfatório precedeu os danos motores, sendo que esses danos motores foram semelhantes aos observados no Parkinson, mas não houve diferença na concentração de monoaminas estriatais. A construção do artigo aponta que portadores da Doença de Parkinson apresentam diversos sintomas associados às disfunções gastrointestinais, sendo os mais comuns a constipação, a dificuldade de mastigação, o retardo do esvaziamento gástrico, a boca seca ou excesso de salivação, a disfagia e o refluxo gastroesofágico. Ele aponta, ainda que estudos histológicos correlacionam essa sintomatologia com a presença de corpúsculos de Lewy em neurônios dos plexos do SNE observados em biópsias de rotina da porção distal do cólon, em portadores da DP.
Para saber o que são esses corpos de Lewy, encontrei o artigo: Demência com corpos de Lewy: uma revisão para o psiquiatra, disponível em http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol30/n1/29.html , que fala sobre a Demência com corpos de Lewy (DCL), que é considerada por alguns autores como fazendo parte do Alzheimer. Segundo o artigo: “Os corpos de Lewy (CL) (Lewy, 1912; 1913) são os achados histológicos fundamentais para o diagnóstico patológico da DCL. Estruturas de localização intracitoplasmática são esféricos e eosinofílicos. Podem ser identificados pela coloração com a hematoxilina-eosina ou por meio de método imunocitoquímico, com antiubiquitina. Também podem localizar-se fora de neurônios. Podem apresentar outras formas, como a ovóide e as alongadas”. Nesse sentido, a partir desse achado histológico tanto no SNE na DP, quanto nos neurônios do Alzheimer, os corpos de Lewy no Alzheimer são achados também no SNE? E em caso positivo, será que mesma associada do SNE ao parkinson também pode ser feita para o Alzheimer? Acho que essas são algumas das perguntas que podem ser feitas que apontam para a procura que possíveis inovações no diagnóstico prematuro do Alzheimer, assim como tem sido feito com o Parkinson.

Marcelo Simões.

Marcelo Simões
Excelente texto.

marcelo.simoes escreveu:

Olá professora,
Acerca da estrutura do TGI, um tema que me chama bastante atenção é o Sistema Nervoso Entérico (SNE). O SNE pode ser dividido em dois plexos: o submucoso (abaixo da submucosa) e o mioentérico (entre a camada circular e a camada longitudinal da camada muscular externa).
O meu interesse provém principalmente do fato de que esse sistema possui uma grande independência do SNC e possui uma relação muito grande com esse último. Acerca disso, existem pesquisas que tentam achar nesse sistema as causas ou os primeiros sintomas da Doença do Parkinson (DP). Sobre esse assunto, achei um artigo bem interessante: “As alterações gastrointestinais e olfatórias precedem os sinais motores no modelo experimental da doença de Parkinson induzido pela rotenona”, disponível em https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/107483 . Nesse artigo, a pesquisadora induziu a diminuição da motilidade gastrointestinal associada à inflitração de leucócitos no cólon, a partir do pesticida rotenona. E os resultados apontaram que o comprometimento intestinal e olfatório precedeu os danos motores, sendo que esses danos motores foram semelhantes aos observados no Parkinson, mas não houve diferença na concentração de monoaminas estriatais. A construção do artigo aponta que portadores da Doença de Parkinson apresentam diversos sintomas associados às disfunções gastrointestinais, sendo os mais comuns a constipação, a dificuldade de mastigação, o retardo do esvaziamento gástrico, a boca seca ou excesso de salivação, a disfagia e o refluxo gastroesofágico. Ele aponta, ainda que estudos histológicos correlacionam essa sintomatologia com a presença de corpúsculos de Lewy em neurônios dos plexos do SNE observados em biópsias de rotina da porção distal do cólon, em portadores da DP.
Para saber o que são esses corpos de Lewy, encontrei o artigo: Demência com corpos de Lewy: uma revisão para o psiquiatra, disponível em http://www.hcnet.usp.br/ipq/revista/vol30/n1/29.html , que fala sobre a Demência com corpos de Lewy (DCL), que é considerada por alguns autores como fazendo parte do Alzheimer. Segundo o artigo: “Os corpos de Lewy (CL) (Lewy, 1912; 1913) são os achados histológicos fundamentais para o diagnóstico patológico da DCL. Estruturas de localização intracitoplasmática são esféricos e eosinofílicos. Podem ser identificados pela coloração com a hematoxilina-eosina ou por meio de método imunocitoquímico, com antiubiquitina. Também podem localizar-se fora de neurônios. Podem apresentar outras formas, como a ovóide e as alongadas”. Nesse sentido, a partir desse achado histológico tanto no SNE na DP, quanto nos neurônios do Alzheimer, os corpos de Lewy no Alzheimer são achados também no SNE? E em caso positivo, será que mesma associada do SNE ao parkinson também pode ser feita para o Alzheimer? Acho que essas são algumas das perguntas que podem ser feitas que apontam para a procura que possíveis inovações no diagnóstico prematuro do Alzheimer, assim como tem sido feito com o Parkinson.

Marcelo Simões.

Para ilustrar a estrutura do trato gastrointestinal e localizar os plexos nervosos citados por Marcelo, encontrei essa imagem que inclusive demostra as diferenças entre cada um dos componentes do trato, mostrando o que eles apresentam em comum (estrutura básica) e o que apresentam de específico ( presente em uma região e não em outra).