Resumo Histologia (Arterial, Venoso e Coração)

Turma 135
Do sistema vascular arterial e venoso – A camada mais interna é conhecida como túnica íntima, constituída de endotélio (epitélio plano simples), uma membrana basal, um tecido conjuntivo subendotelial (todo epitélio repousa num tecido conjuntivo) e uma lâmina elástica interna (que não está presente em alguns vasos pequenos e não distinta em lâmina na aorta). A túnica média tem fibras musculares lisas e elastina. A túnica adventícia é de tecido conjuntivo frouxo. Ela e a túnica média é suprida de minúsculos vasos sanguíneos próprios chamados vasa vasorum (do latim, vasos dos vasos). As artérias são classificadas como elásticas, musculares (ou distribuidoras) e arteríolas. As artérias mais ricas em elastina são a aorta e a artéria pulmonar (que sai do ventrículo direito). Estas são chamadas artérias elásticas. As paredes das artérias musculares consistem principalmente em tecido muscular liso, com menor quantidade de elastina. Exatamente, nessas artérias, se vê a distribuição nítida e distinguível da lâmina elástica interna (antes da túnica média) e a lâmina elástica externa (após a túnica média, no sentido luz à periferia do tecido). A túnica íntima das artérias elásticas são mais espessas do que as musculares. Longo estudo tem sido feito sobre a presença de pericitos na lâmina basal dos capilares e outros vasos, com funções como renovadora das células que os compõem e função fagocítica. Os capilares abrem-se em vasos sanguíneos de parede delgada, mais largos, chamados vênulas. Apresentam endotélio, membrana basal, pouca média e mínima adventícia. Pode existir nas veias a presença de lâminas elásticas, mas é raro. As anastomoses arteriovenosas (shunts), sem entrar no leito vascular terminal, ocorre por exemplo na pele que permite ao corpo conservar o calor. Os capilares linfáticos são diferentes histologicamente dos sanguíneos pois não apresentam membrana basal (às vezes e raramente incompletas) exatamente para permitir a entrada de patógenos (antígenos) nos órgãos imunológicos, terminam em fundo cego e não apresentam pericitos.
Coração – A camada cardíaca equivalente da túnica íntima é o endocárdio, que reveste as câmaras cardíacas e cobre as valvas cardíacas. Com endotélio, membrana basal e tecido conjuntivo frouxo, e abaixo tecido conjuntivo denso. Na camada subendotelial encontram-se as fibras de Purkinje, fibras de condução do impulso especializadas. Sua riqueza em glicogênio lhe dá um aspecto pálido e vazio, e antes que atinja o miocárdio ventricular lateral, elas suprem os músculos papilares do coração. A onda de despolarização atinge primeiro a região ântero-septal do miocárdio ventricular e depois a póstero-basal. O miocárdio tem fibras estriadas cardíacas com rico tecido conjuntivo frouxo (vasos e nervos) do endomísio que se encontra entre as fibras musculares. As fibras são unidas por tecido conjuntivo chamado discos intercalares (são junções de adesão = ancoragem e comunicantes). O epicárdio é formado por uma camada de tecido conjuntivo fibroelástico (com vasos sanguíneos, linfáticos, fibras nervosas e uma certa quantidade de tecido adiposo que se mistura com o endomísio do miocárdio) e uma membrana mesotelial superficial, que consiste em epitélio plano simples. A camada fibroelástica é pericárdio fibroso e o revestimento mesotelial seroso é o pericárdio seroso. O pericárdio visceral é reconhecido como epicárdio. As camadas das valvas cardíacas (folhetos) tem um epitélio plano simples e um tecido conjuntivo denso não-modelado (com a maior parte avascular). As valvas e o miocárdio são apoiados pelo esqueleto fibroso do coração constituído de anéis fibrosos, trígonos fibrosos, septos membranosos e cartilagem fibrosa. Lembrando que a cartilagem fibrosa não é envolvida de pericôndrio (tecido conjuntivo) e que portanto tem maior dificuldade de regeneração. Daí rompimento de valva cardíaca exige imediata substituição (biológica ou mecânica). É possível imaginar um indivíduo viver durante 90 anos, por exemplo de batimentos cardíacos ininterruptos, com valvas constituídas apenas de epitélio plano simples e um tecido conjuntivo denso na maioria avascular? Valvas fechando na sístole e abrindo na diástole, ininterruptamente.

Professora,
seria correto dizer que, além de tecido conjuntivo frouxo (como a senhora citou), a túnica adventícia também é constituída por tecido conjuntivo denso não modelado?
Priscila Teixeira

Professora estou com uma dúvida em identificar qual localização do esqueleto fibroso do coração, no qual as válvulas estão apoiadas e no qual as células musculares se inserem, no caso ele está entre o endocárdio e o miocárdio? além disso queria entender se esse esqueleto corresponde ao esqueleto cardíaco, que é composto de tecido conjuntivo denso, e qual seria a localização do septo membranoso, trígono fibroso e ânulo fibroso?

Priscila Teixeira
Não, não seria correto.
A túnica adventícia é TCF, mesmo. Você poderia incluir, apenas, que há também a presença,
concomitante, de algumas fibras musculares lisas.
Hélia Cannizzaro

Priscila Teixeira escreveu:

Professora,
seria correto dizer que, além de tecido conjuntivo frouxo (como a senhora citou), a túnica adventícia também é constituída por tecido conjuntivo denso não modelado?
Priscila Teixeira

Livia Ribeiro Gondim
Este esqueleto corresponde exatamente ao esqueleto cardíaco.
Por exemplo, os anéis fibrosos (parte do esqueleto fibroso) se misturam com a
porção membranosa do septo interventricular. Esta massa central de tecido
fibroso interconectado fornece suporte e fixação para as valvas e para as
extremidades livres das fibras musculares do miocárdio.
Hélia Cannizzaro

Livia Ribeiro Gondim escreveu:

Professora estou com uma dúvida em identificar qual localização do esqueleto fibroso do coração, no qual as válvulas estão apoiadas e no qual as células musculares se inserem, no caso ele está entre o endocárdio e o miocárdio? além disso queria entender se esse esqueleto corresponde ao esqueleto cardíaco, que é composto de tecido conjuntivo denso, e qual seria a localização do septo membranoso, trígono fibroso e ânulo fibroso?

Professora, eu estava lendo sobre doenças cardíacas, e lendo também o que a senhora escreveu, me veio uma dúvida: Se, durante o ataque cardíaco isquêmico, há falta de oxigenação pras células cardíacas, e as fibras de Purkinje são umas das que mais precisam de oxigênio (deduzi isso devido ao grande número de mitocôndrias que essas fibras possuem, mas não sei se a dedução está coerente), então posso dizer que essa fibra seria a mais prejudicada em caso de ataque cardíaco isquêmico? E, se isso for coerente, então isso também ajudaria a explicar por que esse ataque é tão prejudicial e, por vezes, fulminante? (Já que além da falta de oxigenação, a transmissão do estímulo rítmico também estaria prejudicada nessas pessoas)

Destaque aqui para as Fibras de Purkinje :As fibras de Purkinje saem do nodo A-V, passam pelo feixe A-V e chegam aos ventrículos. São fibras bastante grossas e, que transmitem rapidamente o potencial de ação. Isso permite a transmissão quase imediata do impulso, cardíaco para todo o sistema ventricular. Acredita-se que a rápida transmissão dos potenciais de ação pelas fibras de
Purkinje, decorra da alta permeabilidade das junções dos discos intercalares, situados entre as sucessivas células cardíacas que formam a fibra de Purkinje. Assim, os íons são transmitidos facilmente de uma célula para a seguinte, o que aumenta a velocidade de condução. As fibras de Purkinje contêm poucas miofibrilas, o que significa que elas quase não se contraem durante a transmissão dos impulsos.

Professora, acho que vale a pena ressaltar os tipos de capilar nesse resumo, de acordo com sua função:

1 - Somático - S/Fenestras; Presença de várias vesículas de pinocitose no endotélio em ambas partes (apical e basal) para o transporte de macromoléculas (exceto no Sist. Nervoso); Presente no em TODOS os tecidos musculares (isto é, no Coração e vasa vasorum), glând. exocri. e Tec. Conjuntivos.

2 - Visceral - C/Fenestras e Diafragma; Lâmina Basal continua; Intercâmbio rápido de substâncias entre os Tecidos e o Sangue; Locais como Intestinos, Rins, glând. endocri.

3 - Característico do Glomérulo Renal - Fenestrado e S/Diafragma; Filtração

4 - Sinusóide - Caminho tortuoso; Maior que os outros tipos (~30-40 μm), isto é, menor velocidade de transporte; endotélio descontinuo; fenestrado e s/diafragma; presença de macrófagos entre as células endoteliais); lâmina basal descontinua; (Deve estar relacionado com a função defensiva (imunologia), limpeza do LDL, e outras funções que necessitem de macrófagos) [Deduzido]

- Fonte:

Junqueira & Carneiro - Histologia Básica 10ª Edição.

Exatamente, Tayanne.
Você perguntou, e já respondendo corretamente.

tayanne escreveu:

Professora, eu estava lendo sobre doenças cardíacas, e lendo também o que a senhora escreveu, me veio uma dúvida: Se, durante o ataque cardíaco isquêmico, há falta de oxigenação pras células cardíacas, e as fibras de Purkinje são umas das que mais precisam de oxigênio (deduzi isso devido ao grande número de mitocôndrias que essas fibras possuem, mas não sei se a dedução está coerente), então posso dizer que essa fibra seria a mais prejudicada em caso de ataque cardíaco isquêmico? E, se isso for coerente, então isso também ajudaria a explicar por que esse ataque é tão prejudicial e, por vezes, fulminante? (Já que além da falta de oxigenação, a transmissão do estímulo rítmico também estaria prejudicada nessas pessoas)