Drenagem Torácica

Falamos em (Qual o Gabarito), em Empiema. Achei importante abordar este tema, entre outros afins.
Sugiro que acompanhem, aqui, Anatomia e Histologia.

Drenagem torácica é a introdução de um dreno tubular no tórax para drenagem de líquido ou ar acumulado na cavidade pleural (ver Histologia da pleura). Pode ser um procedimento eletivo (dá para esperar) ou de emergência. O acúmulo de líquido (derrame pleural, empiema = pus, hemotórax = sangue, quilotórax = gordura, etc,) ou de ar (pneumotórax) na cavidade pleural prejudica a expansibilidade pulmonar e causa desconforto e insuficiência respiratória. Nas coleções líquidas, a cor e o aspecto do fluido pleural ajudam na suspeita diagnóstica: amarelo claro (transudato ou exsudato); turvo, amarelado, amarronzado (pus); vermelho (sangue); branco leitoso (linfa ou quilotórax); vinhosa (derrame neoplásico) e amarelo cítrico (derrame tuberculoso). No adulto, são necessários cerca de 300ml de líquido pleural para apagar o seio costofrênico no RX de tórax e pelo menos 500ml para que o derrame seja detectado clinicamente. o empiema pleural (pus) é o tipo mais frequente de derrame pleural. Pode resultar da extensão de uma infecção ou inflamação - pneumonia. São causas de derrame pleural por exsudatos: malignidade, infecciosas (bactéria, vírus, fungos, parasitas, tuberculose), doenças autoimunes, trauma torácico, embolia pulmonar, ruptura de abscesso pulmonar, radioterapia, etc. São causas de derrame pleural por transudatos: IC, hipervolemia, pericardite, cirrose com ascite, IR, etc. O pneumotórax é o extravasamento de ar para o espaço pleural. Pode ser espontâneo, traumático, infeccioso, ou iatrogênico (causa a definir). Quando volumoso, comprime o parênquima pulmonar, reduz a complacência pulmonar e causa insuficiência respiratória aguda podendo levar ao óbito.

Quando suspeitar do derrame pleural?

Febre alta, tosse, dispneia, dor torácica, hemoptise (perda de sangue de origem respiratória), cianose (extremidades arroxeadas), mal-estar, sudorese, taquicardia, macicez do pulmão à percussão (exame físico), diminuição do murmúrio vesicular do lado acometido, diminuição da expansibilidade torácica.

Já os pacientes com pneumotórax têm uma súbita dispneia, cianose intensa, agravamento da hemodinâmica, hipersonoridade à percussão, arritmia cardíaca.  

Como confirmar?

O RX de tórax é o exame inicial mais importante (em PA = posição póstero-anterior e perfil e em ortostatismo = em pé), No derrame pleural há uma opacidade homogênea na margem lateral ou em todo o hemitórax. Nos casos associados à pneumonia, há imagens de consolidações pneumônicas patognomônicas (próprias “de”). No pneumotórax, pelo contrário, há hipertransparência (ar) pulmonar. Dependendo da extensão, pode haver desvio do mediastino e traqueia e rebaixamento diafragmático.

A ultrassonografia torácica ajuda no diagnóstico.

A tomografia computadorizada do tórax é indicada em casos complicados, por exemplo, empiemas crônicos e suspeita de encarceramento pulmonar.

A toracocentese, para exame do líquido pleural, serve como diagnóstico e como tratamento (alívio = esvaziamento).

Do tratamento

Envolve o tratamento da doença em questão, como pneumonia (e sua etiologia), IC, IR, etc. A causa mais comum das pneumonias é por Pneumococo. Em idosos e imunodeprimidos, geralmente por Klebsiella pneumoniae e Escherichia coli.

A toracocentese pode ser feita de forma eletiva ou de emergência, dependendo da gravidade do quadro em questão. O paciente é posicionado em decúbito dorsal ou assentado. É feita a anti-sepsia com clorexidina ou povidine degermante e alcoólico. São colocados campos cirúrgicos e infiltra-se o trajeto da punção, da pele à pleura, com cerca de 2 a 4ml na criança e 5 a 10ml no adulto de lidocaína a 1%, sem vasoconstrictor. Introduzir a agulha ou cateter do tipo Jelco conectado à seringa com 2 a 3 ml de solução fisiológica. A punção geralmente é feita na linha axilar posterior no quarto ou quinto EIC, sempre margeando a borda superior da costela, para evitar lesão do feixe neurovascular intercostal. Aspirar e enviar para análise.

Boa noite!
Encontrei essa animação sobre o procedimento de toracocentese:
Achei bem interessante e didática!

Boa noite a todos! Encontrei uma imagem que exemplifica o que seria uma consolidação pneumônica patognomônica.  Achei importante compartilhar para começarmos a nos habituar com esse tipo de exame.

Boa noite! Professora, pesquisando um pouco mais sobre o tema, notei que em casos de derrame pleural após um trauma torácico a drenagem muitas vezes não é o bastante, pois ocorrem frequentemente complicações infecciosas decorrentes da própria drenagem, além de muitos casos de hemotórax residual, o que é altamente prejudicial ao paciente. Gostaria de saber se existem meios de reduzir a incidência de tais complicações e se as mesmas são comuns apenas após trauma torácico ou se também são frequentes nas demais causas de derrame pleural. Desde já, agradeço e fico no aguardo!

Boa noite! Depois dessa leitura, tive curiosidade sobre o caso de pneumotórax e achei que seria interessante acrescentar aqui esse vídeo que eu encontrei. Trata-se da remoção de um pneumotórax espontâneo através de uma cirurgia endoscópica. Acho importante nos habituarmos com esse tipo de cirurgia já que é uma grande tendência da medicina atual!

professora na drenagem toraxica com introdução de tubo plastico na cavidade pleural o medico tem certeza da introdução no local correto atraves de algum instrumento ou pela introdução do dedo no local?

Boa Noite! Professora, peço que me corrija se estiver errado, mas pelo que entendo a técnica do RX utililiza a radiação eletromagnética, em que essa onda atravessa os tecidos e é absorvida pelo corpo em diferentes graus, de forma que partes areadas e tecidos moles, menos densos são atravessados com maior facilidade, chegando ao filme com maior intensidade, gerando imagens mais escuras. Já os tecidos mais densos retém mais radiação, impressionando o filme com menor intensidade, formando registros mais claros. Além disso, o órgão, por exemplo, a ser observado deve ficar em uma posição mais distante do tubo de raios-x, pois quanto mais próximo ao tubo maior será a deformação da imagem, ou seja, se o órgão visualizado será o coração ou pulmão, mais anteriores, a radiografia deve ser realizada em PA(póstero-anterior). Gostaria de saber se a tomografia utiliza os mesmos princípios do RX e quais seriam os parâmetros para se poder afirmar que ambas foram mal ou bem feitas. Grato desde já!

Maria W. Pricila Silva
Encaminhei este vídeo, hoje, para a UFMG.
Achei muito interessante.

Maria W. Pricila Silva escreveu:

Boa noite!
Encontrei essa animação sobre o procedimento de toracocentese:
Achei bem interessante e didática!

Bianca Alice Souza
Perceba que o pulmão normal deve ser radiotransparente (expressão que significa "em negritude").
O coração é branco ao Raio X (onde se observa, por exemplo, hipertrofia do ventrículo esquerdo).
Qualquer radiopacidade (expressão de consolidação, "manchas brancas") remete a diversas patologias.

Bianca Alice Souza escreveu:

Boa noite a todos! Encontrei uma imagem que exemplifica o que seria uma consolidação pneumônica patognomônica.  Achei importante compartilhar para começarmos a nos habituar com esse tipo de exame.  

Caique Albuquerque
Para prevenir se faz antibioticoterapia, de largo espectro, preventiva, e uso de material totalmente estéril.
Nas intercorrências inesperadas, se toma medidas específicas.

caiquealbuquerque escreveu:

Boa noite! Professora, pesquisando um pouco mais sobre o tema, notei que em casos de derrame pleural após um trauma torácico a drenagem muitas vezes não é o bastante, pois ocorrem frequentemente complicações infecciosas decorrentes da própria drenagem, além de muitos casos de hemotórax residual, o que é altamente prejudicial ao paciente. Gostaria de saber se existem meios de reduzir a incidência de tais complicações e se as mesmas são comuns apenas após trauma torácico ou se também são frequentes nas demais causas de derrame pleural. Desde já, agradeço e fico no aguardo!

Karolline Paes Barreto
Muito bom. Vocês farão estas cirurgias.

Karolline Paes Barreto escreveu:

Boa noite! Depois dessa leitura, tive curiosidade sobre o caso de pneumotórax e achei que seria interessante acrescentar aqui esse vídeo que eu encontrei. Trata-se da remoção de um pneumotórax espontâneo através de uma cirurgia endoscópica. Acho importante nos habituarmos com esse tipo de cirurgia já que é uma grande tendência da medicina atual!

Denis Sousa
Cada Especialidade merece treinamento e competência.
A "certeza" é adquirida com treinamento e tempo, quando se determina ser especialista em Pneumologia, por exemplo,
ou um Urgentista ou um profissional da UTI.

denissousa escreveu:

professora na drenagem toraxica com introdução de tubo plastico na cavidade pleural o medico tem certeza da introdução no local correto atraves de algum instrumento ou pela introdução do dedo no local?

Donato Camarotti
Em PA (póstero-anterior) e em perfil, também.
A especialidade Imagem é uma das que mais evoluiu nos últimos anos, e acho mesmo ser precoce, aqui, para você,
tratar de todos os "parâmetros" da tomografia e/ou da RMN.

DonatoCamarotti escreveu:

Boa Noite! Professora, peço que me corrija se estiver errado, mas pelo que entendo a técnica do RX utililiza a radiação eletromagnética, em que essa onda atravessa os tecidos e é absorvida pelo corpo em diferentes graus, de forma que partes areadas e tecidos moles, menos densos são atravessados com maior facilidade, chegando ao filme com maior intensidade, gerando imagens mais escuras. Já os tecidos mais densos retém mais radiação, impressionando o filme com menor intensidade, formando registros mais claros. Além disso, o órgão, por exemplo, a ser observado deve ficar em uma posição mais distante do tubo de raios-x, pois quanto mais próximo ao tubo maior será a deformação da imagem, ou seja, se o órgão visualizado será o coração ou pulmão, mais anteriores, a radiografia deve ser realizada em PA(póstero-anterior). Gostaria de saber se a tomografia utiliza os mesmos princípios do RX e quais seriam os parâmetros para se poder afirmar que ambas foram mal ou bem feitas. Grato desde já!

Professora, gostei da ideia de ver vídeos que Pricila teve e achei um vídeo muito interessante ensinando a fazer toracocentese.

Bom dia!
Pesquisando um pouco mais sobre o assunto, encontrei exemplos de casos em que a drenagem torácica é contra-indicada, como em casos de coagulopatias, de hérnia diafragmática, de hidrotórax hepático e de aderências (tecido cicatricial) no espaço pleural.
Achei interessante aprender mais sobre a hérnia diafragmática, a qual é causada por uma malformação no músculo do diafragma, o que permite que o conteúdo da cavidade abdominal passe para o tórax.

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Fontes:
http://www.infoescola.com/medicina/drenagem-toracica/
http://prematuridade.com/saude-do-prematuro/hernia-diafragmatica-congenita-conceito-diagnostico-prognostico.html

Gabriel Tavares
Muito bom.

Gabriel Tavares escreveu:

Professora, gostei da ideia de ver vídeos que Pricila teve e achei um vídeo muito interessante ensinando a fazer toracocentese.

Nathália Piscoya
Só por curiosidade: nessas contra-indicações existiria algum(ns) medicamento(s) que absorvesse (m)
esse exsudato/transudato?

nathalia.piscoya escreveu:

Bom dia!
Pesquisando um pouco mais sobre o assunto, encontrei exemplos de casos em que a drenagem torácica é contra-indicada, como em casos de coagulopatias, de hérnia diafragmática, de hidrotórax hepático e de aderências (tecido cicatricial) no espaço pleural.
Achei interessante aprender mais sobre a hérnia diafragmática, a qual é causada por uma malformação no músculo do diafragma, o que permite que o conteúdo da cavidade abdominal passe para o tórax.

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Fontes:
http://www.infoescola.com/medicina/drenagem-toracica/
http://prematuridade.com/saude-do-prematuro/hernia-diafragmatica-congenita-conceito-diagnostico-prognostico.html