Conhecimento Virtual Projeto Conhecimento Virtual Profa. Hélia Cannizzaro |
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| Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) | |
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Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) Qui Set 25, 2014 5:13 pm | |
| Turma 136 As cavidades ocas do corpo humano, como do sistema cardiovascular, respiratório, digestivo, urinário, são envolvidas, na parte exposta para a cavidade oca, de epitélio de revestimento, em ambos os lados fechando, assim, a cavidade oca. O tipo de epitélio de revestimento, simples (mais baixo) ou estratificado (mais alto) depende da função do órgão em questão. Por exemplo, os alvéolos teriam que ter um epitélio plano simples para urgência das trocas gasosas; já o esôfago (passagem de alimento, sem digestão) tem que ter um epiélio plano estratificado não queratinizado. Basta reconhecer a função do órgão, encontra-se com facilidade o epitélio de revestimento formador. As paredes dos vasos sanguíneos são construídas de três camadas concêntricas ou túnicas. A túnica íntima, em contato íntimo com o sangue, é constituída de uma membrana de revestimento denominada endotélio; abaixo uma membrana basal; abaixo um tecido conjuntivo subendotelial; abaixo uma lâmina elástica interna (presente nas artérias de médio calibre e algumas arteríolas). Na aorta, a elastina se distribui em todas as túnicas. Segue-se a túnica média dos vasos sanguíneos (no sentido interior para o exterior da cavidade oca). A túnica média contém fibras musculares lisas e elastina. Segue-se a túnica adventícia (no sentido interior para o exterior) onde predomina tecido conjuntivo frouxo ou lâmina própria (LP) (tecido mais rico em células do que fibras). Há também a presença de tecido muscular liso em alguns grandes vasos. A adventícia e a média são supridas, principalmente nas veias, por vasa vasorum (do latim, vasos dos vasos). As artérias apresentam uma maior túnica média em relação às veias, e o vasa vasorum são mais proeminentes nas veias. Os capilares podem ser do tipo contínuo, fenestrado e sinusoides. Os capilares são constituídos de um epitélio plano simples que repousa numa membrana basal (MB). A diferença dos capilares está na continuidade ou descontinuidade do epitélio e da MB, respectivamente. O contínuo, como ocorre no tecido nervoso, tem continuidade (“na amarração das células”) do epitélio e da MB. O fenestrado, como ocorre nos capilares que compõem o glomérulo, tem descontinuidade do epitélio e continuidade da MB. O sinusoide, como ocorre com a medula óssea (MO), fígado e baço, são descontínuos o epitélio e a MB. Os vasos linfáticos são envolvidos de epitélio plano simples que repousa num TCD. Os capilares linfáticos são análogos aos capilares sanguíneos contínuos. Histologicamente, as paredes do coração são formadas, do interior para o exterior, de endocárdio, miocárdio e pericárdio. A camada cardíaca equivalente da túnica íntima dos vasos é o endocárdio, a qual reveste as câmaras cardíacas e cobre as valvas cardíacas. Abaixo, uma membrana basal subjacente e tecido conjuntivo (LP) adjacente. Profundamente ao tecido conjuntivo frouxo (TCF) encontra-se uma camada de tecido conjuntivo denso (TCD), e abaixo algumas células adiposas que contém ramos do sistema especial de condução do impulso cardíaco. O miocárdio contém fibras musculares cardíacas (estriada). Essas fibras são unidas por TCD chamado discos intercalares, são discos de junções de adesão (de ancoragem) e junções comunicantes. Isso evita separação celular como resultado das contrações repetidas e assegura que cada onda de excitação se espalhe por todo o miocárdio. O pericárdio é formado por um folheto visceral (epicárdio) e um folheto parietal, e entre os folhetos o líquido pericárdico. O epicárdio tem uma camada de tecido conjuntivo fibroelástico, com vasos sanguíneos, linfáticos, fibras nervosas e uma certa quantidade de tecido adiposo e uma membrana mesotelial superficial, que consiste em células epiteliais pavimentosas. O nodo sinoatrial (SA) é uma pequena massa de fibras musculares cardíacas especializadas e tecido conjuntivo fibroelástico associado. Ele se encontra na parede da veia cava superior, próximo ao AD. É suprido por fibras pós-ganglionares eferentes. Cada onda de excitação que promove um batimento cardíaco se origina como uma despolarização espontânea das células marcapasso do tecido muscular no nodo SA. Cada onda é conduzida, através de junções comunicantes, ao longo das vias atriais internodais e espalha-se através das fibras musculares atriais comuns, deflagrando sua contração. O nodo atrioventricular (AV) encontra-se no septo interatrial próximo à abertura do seio coronário. Ele, também, é suprido com fibras nervosas pós-ganglionares eferentes de ambas as divisões autônomas. A partir do nodo AV, a onda de despolarização é conduzida ao longo de um feixe de fibras musculares cardíacas especializadas de condução, conhecido como feixe AV ou feixe de His, onde entra no septo interventricular onde se divide em ramos esquerdo e direito. Mais ou menos além da metade do septo, seus dois ramos tornam-se feixes de típicas fibras de Purkinje. Essas fibras encontram-se na camada mais profunda do endocárdio. São ricas em glicogênio, o que dá à fibra um aspecto pálido e vazio (em HE), exceto pelos seus núcleos centrais. As fibras de Purkinje estendem-se para baixo ao longo do septo interventricular e continuam para cima pelas paredes laterais dos ventrículos, mas antes que atinjam o miocárdio ventricular lateral, elas suprem os músculos papilares do coração. Isto assegura que os músculos papilares sejam as primeiras partes da musculatura ventricular a se despolarizarem e, então, a se contraírem. As valvas cardíacas são revestidas por epitélio plano (=pavimentoso) simples e repousam em tecido conjuntivo denso (TCD). Para esta delicadeza, na sístole e diástole, permanente numa existência humana, dessas valvas – elas são fixadas a quatro estruturas histológicas: trígonos fibrosos, anéis fibrosos, septos membranosos e cartilagem fibrosa. Lembrando, aqui, que a cartilagem fibrosa é encontrada também, entre os discos intervertebrais, no menisco, e na junção entre osso e tendão. O coração tem, também, cartilagem fibrosa. Esses elementos histológicos que apoiam as valvas, também apoiam o miocárdio. Hélia Cannizzaro
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| | | Maria W. Pricila Silva
Mensagens : 11 Data de inscrição : 24/09/2014
| Assunto: Re: Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) Qua Out 01, 2014 12:06 pm | |
| Muito boa essa postagem professora, sempre decorei muito o tipo de epitélio,mas agora vejo muito mais sentido na classificação, acho que não vou precisar mais usar minha memória para isso (sobra mais para anatomia! -rsrs-). Lembrei muito da sua aula enquanto lia! Sobre os capilares olhei umas imagens no google e compreendi a subdivisão em contínuo,fenestrado e sinusoide, foi meu primeiro contato com tal classificação e gostaria de saber se está relacionado com a passagem de substâncias, pois vi em minha pesquisa que do contínuo ao sinusoide aumentam o tamanho das moléculas que ultrapassam os espaços intercelulares, sendo o primeiro o mais seletivo e o último com os maiores poros. Boa Noite! | |
| | | Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Re: Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) Qui Out 02, 2014 9:39 pm | |
| Certo, Maria W. Pricila Silva - Maria W. Pricila Silva escreveu:
- Muito boa essa postagem professora, sempre decorei muito o tipo de epitélio,mas agora vejo muito mais sentido na classificação, acho que não vou precisar mais usar minha memória para isso (sobra mais para anatomia! -rsrs-). Lembrei muito da sua aula enquanto lia! Sobre os capilares olhei umas imagens no google e compreendi a subdivisão em contínuo,fenestrado e sinusoide, foi meu primeiro contato com tal classificação e gostaria de saber se está relacionado com a passagem de substâncias, pois vi em minha pesquisa que do contínuo ao sinusoide aumentam o tamanho das moléculas que ultrapassam os espaços intercelulares, sendo o primeiro o mais seletivo e o último com os maiores poros.
Boa Noite! | |
| | | marcelo.simoes
Mensagens : 2 Data de inscrição : 26/09/2014
| Assunto: Re: Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) Sex Out 03, 2014 12:42 am | |
| Olá professora, estou aprendendo muito com as postagens do CV e com os comentários dos colegas. Nesse sentido, venho aproveitar essa abordagem de histologia do sistema cardiovascular para postar um artigo que eu achei muito interessante que se fundamenta na questão citológica e embriológica do sistema cardiovascular. O nome do artigo é "Physiological conditioning by electric field stimulation promotes cardiomyogenic gene expression in human cardiomyocyte progenitor cells", disponível em: http://stemcellres.com/content/pdf/scrt482.pdf . O artigo mostra a diferenciação das células progenitoras do cardiomiócito a partir da estimulação elétrica e aponta essa técnica como um possível procedimento a ser seguido na recuperação após transplantes cardíacos. E o interessante é que a estimulação elétrica é descrita no artigo como monofásica, ou seja, há menores riscos de arritmia cardíaca causada pelo desequilíbrio do ciclo dos nodos cardíacos, favorecendo a possível aplicação desse método in vivo. Abro aqui um parenteses para destacar que pude perceber, a partir da leitura desse artigo, que os conhecimentos em histologia estão sempre sendo construídos e devem ser acompanhados por ferramentas didáticas consistentes, o que em minha opinião é feito pelo CV. | |
| | | Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Re: Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) Sáb Out 04, 2014 10:06 pm | |
| Marcelo Simões Agradecida. Irei ler o artigo, com certeza. Sugiro, também, que convide Jeymesson para lê-lo e postar suas opiniões no CV. Irei lhe enviar um e-mail fazendo, também, pessoalmente, o mesmo convite. - marcelo.simoes escreveu:
- Olá professora, estou aprendendo muito com as postagens do CV e com os comentários dos colegas. Nesse sentido, venho aproveitar essa abordagem de histologia do sistema cardiovascular para postar um artigo que eu achei muito interessante que se fundamenta na questão citológica e embriológica do sistema cardiovascular. O nome do artigo é "Physiological conditioning by electric field stimulation promotes cardiomyogenic gene expression in human cardiomyocyte progenitor cells", disponível em: http://stemcellres.com/content/pdf/scrt482.pdf . O artigo mostra a diferenciação das células progenitoras do cardiomiócito a partir da estimulação elétrica e aponta essa técnica como um possível procedimento a ser seguido na recuperação após transplantes cardíacos. E o interessante é que a estimulação elétrica é descrita no artigo como monofásica, ou seja, há menores riscos de arritmia cardíaca causada pelo desequilíbrio do ciclo dos nodos cardíacos, favorecendo a possível aplicação desse método in vivo.
Abro aqui um parenteses para destacar que pude perceber, a partir da leitura desse artigo, que os conhecimentos em histologia estão sempre sendo construídos e devem ser acompanhados por ferramentas didáticas consistentes, o que em minha opinião é feito pelo CV. | |
| | | beatriz.mousinho
Mensagens : 2 Data de inscrição : 27/09/2014
| Assunto: Re: Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) Dom Out 05, 2014 10:24 pm | |
| Boa noite, professora. Essa postagem é muito boa e realmente lembra bastante a aula. Eu fui pesquisar um pouco sobre as camadas dos vasos e achei um artigo que falava sobre a importância da camada adventícia, inclusive na hipertensão. Segundo o artigo, as maiores modificações ocorriam nessa camada e a adventícia era justamente a responsável por impedir a deformação do vaso quando ele estivesse sujeito a pressões muito intensas, e também reduzia possíveis danos que a pulsatilidade das artérias pudesse trazer aos tecidos vizinhos. Além disso, havia várias outras informações interessantes sobre ela, o artigo é La adventícia: estado actual del conocimento. Disponível em: http://www.scielo.org.ar/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1850-37482008000100012&lang=pt | |
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| Assunto: Re: Histologia Cardiovascular (Abordagem Preliminar) | |
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