Conhecimento Virtual Projeto Conhecimento Virtual Profa. Hélia Cannizzaro |
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| HISTOLOGIA do Sistema Respiratório | |
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Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Seg Out 06, 2014 9:15 pm | |
| Sistema respiratório (LER AO LADO DO ATLAS DIGITAL) O aparelho respiratório apresenta epitélios pseudoestratificado cilíndrico ciliado (EPECC) e simples. Exceto, nas cordas vocais verdadeiras com epitélio estratificado. O EPECC é também chamado de epitélio respiratório. A altura do epitélio reduz progressivamente até chegar nos alvéolos. RECORDAR: todo epitélio repousa num TC. Este sistema (que é uma cavidade oca) tem uma porção condutora constituída pelas cavidades nasais, nasofaringe, laringe, traqueia e brônquios, e uma porção respiratória (bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos) e uma camada de revestimento pulmonar externo, a pleura visceral. As cavidades nasais bilaterais abrem-se anteriormente nas narinas e posteriormente para dentro da nasofaringe nas coanas. Seu teto, assoalho e paredes são fortes porque elas são suportadas por tecido ósseo e cartilagem. A epiderme que apresenta espessos pelos filtradores reveste a região anterior de cada cavidade. Posteriormente uma zona de transição revestida pelo epitélio plano estratificado não queratinizado, a membrana de revestimento torna-se um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. Abaixo do epitélio, uma lâmina própria (LP) suprida com glândulas serosas e mucosas firmemente ligadas ao periósteo dos ossos nasais ou ao pericôndrio das cartilagens nasais. Cada cavidade nasal tem em seu teto uma área olfatória que representa metade do órgão olfatório. Estas áreas sensoriais características da mucosa nasal estendem-se lateralmente por sobre as conchas superiores e medialmente ao longo da borda superior do septo nasal. Seu epitélio pseudo-estratificado, mais espesso, é formado por células receptoras olfatórias, células de sustentação (sustentaculares) e células basais, mas não apresenta células caliciformes. A maior parte da nasofaringe é revestida por um epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes. A tonsila faríngea encontra-se na LP do teto e parede posterior desta parte da faringe. O forte arcabouço de sustentação das paredes laríngeas é formado por várias cartilagens interconectadas por ligamentos e músculos voluntários. Pregas vestibulares bilaterais da membrana mucosa projetam-se medialmente para o lúmen. Abaixo dessas pregas protetoras superiores encontra-se o par de pregas vocais responsáveis pela fonação. As cordas vocais são cobertas por um epitélio plano estratificado não queratinizado, enquanto a maior parte da laringe é revestida por epitélio pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes e tem glândulas serosas e mucosas em sua LP. Os cílios da laringe batem em direção à faringe. A epiglote é uma extensão de forma semelhante a uma asa, direcionada para cima, da parede anterior da laringe. Ela é sustentada por uma placa de cartilagem elástica cujo pericôndrio fibroso está ligado à LP da mucosa de revestimento em suas duas superfícies. A traqueia é um tubo aéreo flexível e se bifurca em dois brônquios extrapulmonares (primários). Tem mais ou menos 20 cartilagens traqueais. São cartilagens hialinas incompletas posteriormente, onde a traqueia se encosta no esôfago. O espaço entre as extremidades posteriores de cada anel incompleto é ligado por feixes entrelaçados de músculo liso denominado como músculo traqueal juntamente com tecido conjuntivo fibroelástico. O epitélio é pseudo-estratificado cilíndrico ciliado com células caliciformes, também conhecido como epitélio respiratório. Células neuroendócrinas (células de Kulchitsky) estão espalhadas por todo este epitélio. O epitélio repousa na LP elástica, em seguida músculo liso, ainda evoluindo para a periferia a presença da cartilagem hialina e finalmente a adventícia (tecido conjuntivo). Cada brônquio principal (primário) estende-se da extremidade inferior da traqueia até o hilo de um pulmão. Os brônquios extrapulmonares realizam as mesmas funções que a traqueia e se assemelham em estrutura histológica. A estrutura da parede dos brônquios intrapulmonares tem as placas de cartilagem mais irregulares (ilhas separadas de cartilagem hialina). Seu epitélio é mais baixo, cilíndrico simples ciliado, abaixo uma LP fibroelástica onde contém glândulas seromucosas e folículos linfoides. Indo no sentido periferia, músculo liso, cartilagem hialina e adventícia. Os bronquíolos não possuem cartilagem hialina, nem nódulos linfáticos e glândulas e apresentam musculatura lisa mais desenvolvida do que a dos brônquios. O epitélio se torna cúbico simples e começam a dar lugar a células não ciliadas. Os bronquíolos terminais, ao lado dos brônquios, não fazem parte da porção respiratória. Porção respiratória – Distalmente na árvore brônquica, os bronquíolos respiratórios (o único tipo com alvéolos em suas paredes) se abrem em duas a nove ordens de vias tubulares menos discerníveis, conhecidas como ductos alveolares. Têm epitélio cúbico simples não ciliado, abaixo LP (tecido conjuntivo frouxo, como toda LP) e abaixo ocasionais células musculares lisas. Os ductos desembocam nos sacos alveolares contendo os alvéolos. Os alvéolos representam a unidade estrutural e funcional básica das trocas gasosas (do latim alveolus, pequeno espaço oco). Os septos interalveolares são supridos com abundantes capilares. Seu epitélio (dos alvéolos e capilares) é plano simples e essas células são chamadas de pneumócitos do tipo I. Abaixo uma membrana (ou lâmina) basal. A barreira alvéolo-capilar com espessura total de 0,2 a 2,5µm é constituída pelo epitélio plano simples do alvéolo, L. basal do alvéolo, L. basal do capilar e endotélio do capilar. O centro do sanduíche são as lâminas basais. Espalhadas por entre os pneumócitos tipo I estão células epiteliais secretoras arredondadas chamadas pneumócitos do tipo II que contém material lamelar elétron-denso rico em fosfolipídeos (corpos lamelares). Além dos pneumócitos do tipo I e do tipo II é possível achar ocasionais fibroblastos intersticiais e macrófagos nos septos interalveolares. A pleura visceral desliza sobre a pleura parietal através de um líquido, os aspectos característicos é uma serosa simples pavimentosa com subserosa fibroelástica. | |
| | | Pedro Alves de Farias
Mensagens : 9 Data de inscrição : 22/09/2014
| Assunto: Re: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Seg Out 06, 2014 10:07 pm | |
| Professora, há alguma explicação para as células diminuírem de altura no decorrer do trajeto respiratório? Compreendo que nos alvéolos, por ser tecido de troca gasosa, a estrutura deve ser plana, mas não compreendi porque as células, antes cilíndricas, ficam cúbicas na altura dos bronquíolos. | |
| | | Bianca Alice Souza
Mensagens : 2 Data de inscrição : 24/09/2014
| Assunto: Re: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Ter Out 07, 2014 2:59 am | |
| Professora, boa noite! De início, é válido ressaltar o quanto foi importante o aprendizado adquirido nesse post,pois além de contemplar conteúdos tanto de histologia como de anatomia, nos mostrou mais uma vez, que todo o conhecimento está integrado.Porém, além de elogiar esse resumo, gostaria de acrescentar um link sobre um termo que me chamou a atenção, as células neuroendócrinas. Nessa pesquisa, foi demonstrada a relação de uma hiperplasia dessas células com diversas doenças pulmonares, já que essas exercem um papel multifuncional na homeostase pulmonar. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132009000500017Hiperplasia de células neuroendócrinas pulmonares difusas com obstrução ao fluxo aéreo | |
| | | Taiany Fonsêca
Mensagens : 6 Data de inscrição : 23/09/2014
| Assunto: Re: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Ter Out 07, 2014 3:28 am | |
| Pedro, será que não tem a ver com a transição natural do tecido. Talvez ela exista para que não haja uma mudança abrupta na espessura dos elementos encadeados. Só uma ideia que tive, vou pesquisar melhor ;* | |
| | | Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Re: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Qui Out 09, 2014 6:16 pm | |
| Pedro Alves de Farias Toda morfologia obedece a uma função. Quando há redução da altura dos epitélios, nas cavidades ocas, sempre se faz de forma gradativa. Isto ocorre, por exemplo, no sistema urinário em que um epitélio plano simples dos glomérulos evolui, para acomodar a função, em cúbico simples nos túbulos contorcidos, a cilíndrico simples no coletor até chegar a estratificado na uretra. O mesmo ocorre no respiratório, na passagem de um pseudoestratificado na traqueia, não há uma evolução direta para plano simples, para acomodação gradativa funcional, como ocorre com brônquios e bronquíolos. Nas patologias, como metaplasia causada por fumo ou minerais (pneumoconioses), esta gradatividade se perde, e possibilita o diagnóstico em biópsias (Anatomia Patológica). - Pedro Alves de Farias escreveu:
- Professora, há alguma explicação para as células diminuírem de altura no decorrer do trajeto respiratório? Compreendo que nos alvéolos, por ser tecido de troca gasosa, a estrutura deve ser plana, mas não compreendi porque as células, antes cilíndricas, ficam cúbicas na altura dos bronquíolos.
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| | | Paulynne Briano
Mensagens : 4 Data de inscrição : 29/09/2014
| Assunto: Re: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Sex Out 10, 2014 6:47 pm | |
| Ainda sobre a morfologia celular no aparelho respiratório, encontrei um texto interessante no livro Histologia Básica de Junqueira, que diz o seguinte: "Desde as cavidades nasais até a laringe existem porções de epitélio estratificado pavimentoso, em vez de epitélio do epitélio respiratório. O epitélio estratificado pavimentoso ESTÁ PRESENTE NAS REGIÕES DIRETAMENTE EXPOSTAS AO FLUXO DE AR E À POSSIBILIDADE DE ABRASÃO( por exemplo, orofaringe, epiglote, cordas vocais). Esse tipo de epitélio oferece melhor proteção ao atrito do que o epitélio respiratório. Quando ocorrem modificações na corrente de ar e no direcionamento de substâncias abrasivas do ambiente, determinadas áreas de epitélio colunar pseudo-estratificado se transformam em epitélio estratificado pavimentoso. Nos fumantes tem lugar um aumento no número das células caliciformes e redução da quantidade de células ciliadas. O aumento da produção de muco nos fumantes facilita uma retenção mais eficiente de poluentes, porém a redução das células ciliadas devido ao excesso de CO produzido pelos cigarros resulta na diminuição do movimento da camada de muco, o que frequentemente leva à obstrução parcial dos ramos mais finos da porção condutora do aparelho respiratório." Professora, essa suposta melhor proteção ao atrito pelo epitélio estratificado pavimentoso seria devido apenas à "sobreposição" das células? | |
| | | Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Re: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Qua Out 15, 2014 7:45 pm | |
| Com certeza Paulynne Briano Por exemplo, num epitélio plano estratificado não queratinizado há uma cascata de células até alcançar a membrana basal e repousar num tecido conjuntivo frouxo. As células expostas à luz são planas, abaixo são poliédricas, e mais abaixo são cilíndricas. - Paulynne Briano escreveu:
- Ainda sobre a morfologia celular no aparelho respiratório, encontrei um texto interessante no livro Histologia Básica de Junqueira, que diz o seguinte: "Desde as cavidades nasais até a laringe existem porções de epitélio estratificado pavimentoso, em vez de epitélio do epitélio respiratório. O epitélio estratificado pavimentoso ESTÁ PRESENTE NAS REGIÕES DIRETAMENTE EXPOSTAS AO FLUXO DE AR E À POSSIBILIDADE DE ABRASÃO( por exemplo, orofaringe, epiglote, cordas vocais). Esse tipo de epitélio oferece melhor proteção ao atrito do que o epitélio respiratório. Quando ocorrem modificações na corrente de ar e no direcionamento de substâncias abrasivas do ambiente, determinadas áreas de epitélio colunar pseudo-estratificado se transformam em epitélio estratificado pavimentoso. Nos fumantes tem lugar um aumento no número das células caliciformes e redução da quantidade de células ciliadas. O aumento da produção de muco nos fumantes facilita uma retenção mais eficiente de poluentes, porém a redução das células ciliadas devido ao excesso de CO produzido pelos cigarros resulta na diminuição do movimento da camada de muco, o que frequentemente leva à obstrução parcial dos ramos mais finos da porção condutora do aparelho respiratório."
Professora, essa suposta melhor proteção ao atrito pelo epitélio estratificado pavimentoso seria devido apenas à "sobreposição" das células? | |
| | | Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Re: HISTOLOGIA do Sistema Respiratório Qua Out 15, 2014 7:46 pm | |
| Bianca Alice Souza Excelente contribuição. - Bianca Alice Souza escreveu:
- Professora, boa noite! De início, é válido ressaltar o quanto foi importante o aprendizado adquirido nesse post,pois além de contemplar conteúdos tanto de histologia como de anatomia, nos mostrou mais uma vez, que todo o conhecimento está integrado.Porém, além de elogiar esse resumo, gostaria de acrescentar um link sobre um termo que me chamou a atenção, as células neuroendócrinas. Nessa pesquisa, foi demonstrada a relação de uma hiperplasia dessas células com diversas doenças pulmonares, já que essas exercem um papel multifuncional na homeostase pulmonar.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-37132009000500017 Hiperplasia de células neuroendócrinas pulmonares difusas com obstrução ao fluxo aéreo | |
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