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 Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica)

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3 participantes
AutorMensagem
Hélia Cannizzaro




Mensagens : 1065
Data de inscrição : 23/06/2013

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MensagemAssunto: Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica)   Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica) Icon_minitimeQui maio 29, 2014 11:54 pm

Insuficiência Renal (=Orgânica). Na insuficiência pré-renal a densidade urinária conserva-se em torno de 1.020. Isso permite diferenciá-la da oliguria “propriamente renal” que resulta em reabsorção tubular deficiente, na chamada isostenúria com densidade fixa em torno de 1.010. Outra maneira de avaliar a capacidade de reabsorção tubular consiste na medida da osmolalidade urinária. Tem as vantagens de não sofrer interferência de solutos urinários (glicose, uréia, etc.), exigindo pequenos volumes urinários para sua obtenção (2 a 3ml). Apurando-se simultaneamente a osmolalidade plasmática forma-se um índice “U/P osmolalidade” de importância diagnóstica – maior que 1 na insuficiência Pré-Renal e menor que 1 na insuficiência orgânica (Renal). Na renal, a grande elevação de uréia, no sangue, é o sinal de alarme. A creatinina comporta-se de modo idêntico. As lesões do epitélio tubular (cúbico simples) deterioram os mecanismos responsáveis pela conservação do sódio. Ocorre, portanto, uma natriurese excessiva (eliminação de sódio na urina) que pode chegar a 70mEq/L. A determinação de beta-glicuronidase é útil na identificação da necrose do epitélio tubular. Esta enzima é liberada predominantemente ao nível dos túbulos lesados. Na renal há uma riqueza de sedimento urinário (o que deveria ter sido absorvido), como cilindros. A presença de cilindros hemáticos fala a favor de GNDA (glomerulonefrite difusa aguda). O teste do manitol é negativo, e não há que insistir. Precoce falar, mas faz-se uso também de radiografia simples do abdômen (singela de abdômen), urografia excretora, angiografia renal, etc. A biópsia renal, trata-se de um recurso seguro, dotado de ampla perspectiva diagnóstica, especialmente em casos de lesão renal inacessível aos meios laboratoriais e radiológicos. O exame histopatológico (do material obtido após a biópsia) distingue entre nefropatias agudas e crônicas, necrose cortical renal bilateral, GNDA, glomerulopatia do lúpus eritematoso sistêmico (LES), nefrites intersticiais, vasculites difusas, etc. Graças à biópsia foi possível demonstrar também a precariedade dos critérios adotados por alguns profissionais em termos de classificação da IRA: em certos casos clinicamente “rotulados” como do tipo orgânico (RENAL), o exame histopatológico veio demonstrar a ausência de lesão estrutural nos rins.
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Saulo.Xavier




Mensagens : 8
Data de inscrição : 01/04/2014

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MensagemAssunto: Re: Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica)   Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica) Icon_minitimeSáb maio 31, 2014 3:51 pm

Professora Hélia,

Diante de minhas leituras em outras disciplinas, me deparei com um detalhe interessante acerca do mecanismo de análise da Doença Renal Crônica que julgo pertinente comentar, visto que ainda é pouco conhecido: o clearance de substâncias exógenas.

Apesar de recente, a melhor, e de fato, única maneira correta de medir a TFG (Taxa de Filtração Glomerular – principal parâmetro de medição da eficiência renal) é determinar o clearance de substân-cias exógenas. São utilizados para esse propósito compostos como a inulina, iotalamato-I125 e EDTA (Ácido etilenodiaminotetraacético).

Tais substâncias são enquadradas no critério de marcador ideais de filtração, uma vez que são excretados do corpo via filtração glomerular e não estão sujeitos a secreção e/ou reabsorção quando passam através dos túbulos renais, justamente pelo fato de serem exógenas ao corpo. Como essas substâncias não estão presentes na circulação e, con¬sequentemente, precisam ser infundidas, a medida desses clearances ainda é consideravelmente difícil, além de ser custoso em termos de tempo do paciente e da equipe clínica. Dessa forma, tem sido utilizada de maneira um tanto restrita, com finalidade de pesquisa ou em condi¬ções patológicas específicas nas quais as técnicas de clearance mais simples não oferecem informações suficientes para guiar as decisões médicas.
Na prática clínica, a TFG é avaliada por meio da mensuração de níveis de substâncias que são normal-mente produzidas pelo corpo. A uréia, o primeiro marcador endógeno utilizado, não é completamente confiável, já que seus níveis são mais vulneráveis a mudanças por razões não relacionadas com a TFG.

Até pouco tempo, a creatinina plasmática era considerada o marcador endógeno cujo perfil mais se assemelhava àquele de uma substância endóge¬na ideal para medir a TFG, uma vez que sua geração é aproximadamente constante durante o dia e proporcional à massa muscular do paciente. A creatinina é filtrada com facilidade nos glomérulos e não é reabsorvida, mas até 15% dela são ativamen¬te secretados pelos túbulos.

Entretanto, o uso da creatinina como marcador da TFG conta com alguns empecilhos:
1) Como a creatinina é produzida nos músculos, a creatini¬na sérica depende da massa muscular e deveria ser ajustada para fatores relacionados à massa muscular quando usada como parâmetro para determinação da TFG;

2) A relação inversa da creatinina com a TFG não é uma relação direta, o que significa que o nível de creatinina só aumentará após a TFG ter decaído para cerca de 50%-60% de seu nível nor¬mal. Assim, o uso isolado da creatinina sérica pa¬ra estimar a TFG é insatisfatório e leva a atrasos no diagnóstico e no tratamento da DRC.

Na atualidade, diante da ainda dificuldade de uso do clearance de substancias exógenas, e visando contornar algumas das limitações encon¬tradas na determinação da TFG através da creati¬nina sérica ou da depuração de creatinina, várias fórmulas destinadas a efetuar estimativas acerca da TFG têm sido publi-cadas. Essas fórmulas fazem uso de dados demográficos e clínicos conhecidos como substitutos para os fatores fisiológicos não mensurados que afetam o nível de creatinina sérica. As fórmulas mais comumente uti¬lizadas são as de Cockcroft e Gault (CG), MDRD e CKD-EPI.

Saulo Xavier
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Amanda Mirela Rodrigues




Mensagens : 11
Data de inscrição : 02/04/2014

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MensagemAssunto: Re: Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica)   Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica) Icon_minitimeSáb maio 31, 2014 5:57 pm

Tratamento para insuficiência renal

O tratamento para insuficiência renal pode ser feito em casa ou no hospital, dependendo da gravidade da doença. Na maior parte das vezes o tratamento é feito com o uso de remédios antibióticos e diuréticos receitados pelo nefrologista e uma dieta rica em carboidratos e pobre em proteínas, sal e potássio, indicado por um nutricionista. Em alguns casos pode ser necessário fazer hemodiálise para filtrar o sangue, retirando todas as impurezas que os rins não conseguem, ou um transplante de rim.

A insuficiênciaencia renal aguda tem cura, mas a insuficiência renal crônica nem sempre tem cura, mas o tratamento pode melhorar a qualidade de vida do paciente e promover o bem-estar.
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Hélia Cannizzaro




Mensagens : 1065
Data de inscrição : 23/06/2013

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MensagemAssunto: Re: Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica)   Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica) Icon_minitimeTer Jun 10, 2014 11:26 pm

Saulo Xavier
A medição do clearance de substâncias exógenas, ainda não é prática universal
entre nós médicos. Existem outras provas além de ureia e creatinina.
Por outro lado, o EDTA, que você citou, é um sequestrador potente do cálcio,
que impede a coagulação em condições fisiológicas.

Saulo.Xavier escreveu:
Professora Hélia,

Diante de minhas leituras em outras disciplinas, me deparei com um detalhe interessante acerca do mecanismo de análise da Doença Renal Crônica que julgo pertinente comentar, visto que ainda é pouco conhecido: o clearance de substâncias exógenas.

Apesar de recente, a melhor, e de fato,  única maneira correta de medir a TFG (Taxa de Filtração Glomerular – principal parâmetro de medição da eficiência renal) é determinar o clearance de substân-cias exógenas. São utilizados para esse propósito compostos como a inulina, iotalamato-I125 e EDTA (Ácido etilenodiaminotetraacético).

Tais substâncias são enquadradas no critério de marcador ideais de filtração, uma vez que são excretados do corpo via filtração glomerular e não estão sujeitos a secreção e/ou reabsorção quando passam através dos túbulos renais, justamente pelo fato de serem exógenas ao corpo. Como essas substâncias não estão presentes na circulação e, con¬sequentemente, precisam ser infundidas, a medida desses clearances ainda é consideravelmente difícil,  além de ser custoso em termos de tempo do paciente e da equipe clínica. Dessa forma, tem sido utilizada de maneira um tanto restrita, com finalidade de pesquisa ou em condi¬ções patológicas específicas nas quais as técnicas de clearance mais simples não oferecem informações suficientes para guiar as decisões médicas.
Na prática clínica, a TFG é avaliada por meio da mensuração de níveis de substâncias que são normal-mente produzidas pelo corpo. A uréia, o primeiro marcador endógeno utilizado, não é completamente confiável, já que seus níveis são mais vulneráveis a mudanças por razões não relacionadas com a TFG.

Até pouco tempo, a creatinina plasmática era considerada o marcador endógeno cujo perfil mais se assemelhava àquele de uma substância endóge¬na ideal para medir a TFG, uma vez que sua geração é aproximadamente constante durante o dia e proporcional à massa muscular do paciente. A creatinina é filtrada com facilidade nos glomérulos e não é reabsorvida, mas até 15% dela são ativamen¬te secretados pelos túbulos.

Entretanto, o uso da creatinina como marcador da TFG conta com alguns empecilhos:
1) Como a creatinina é produzida nos músculos, a creatini¬na sérica depende da massa muscular e deveria ser ajustada para fatores relacionados à massa muscular quando usada como parâmetro para determinação da TFG;

2) A relação inversa da creatinina com a TFG não é uma relação direta, o que significa que o nível de creatinina só aumentará após a TFG ter decaído para cerca de 50%-60% de seu nível nor¬mal.  Assim, o uso isolado da creatinina sérica pa¬ra estimar a TFG é insatisfatório e leva a atrasos no diagnóstico e no tratamento da DRC.

Na atualidade, diante da ainda dificuldade de uso do clearance de substancias exógenas, e visando contornar algumas das limitações encon¬tradas na determinação da TFG através da creati¬nina sérica ou da depuração de creatinina, várias fórmulas destinadas a efetuar estimativas acerca da TFG têm sido publi-cadas. Essas fórmulas fazem uso de dados demográficos e clínicos conhecidos como substitutos para os fatores fisiológicos não mensurados que afetam o nível de creatinina sérica. As fórmulas mais comumente uti¬lizadas são as de Cockcroft e Gault (CG), MDRD e CKD-EPI.

Saulo Xavier
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Hélia Cannizzaro




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Data de inscrição : 23/06/2013

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MensagemAssunto: Re: Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica)   Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica) Icon_minitimeTer Jun 10, 2014 11:27 pm

Amanda
Nem todas as IRAs tem o sucesso de cura. Como você falou.

Amanda Mirela Rodrigues escreveu:
Tratamento para insuficiência renal

O tratamento para insuficiência renal pode ser feito em casa ou no hospital, dependendo da gravidade da doença. Na maior parte das vezes o tratamento é feito com o uso de remédios antibióticos e diuréticos receitados pelo nefrologista e uma dieta rica em carboidratos e pobre em proteínas, sal e potássio, indicado por um nutricionista. Em alguns casos pode ser necessário fazer hemodiálise para filtrar o sangue, retirando todas as impurezas que os rins não conseguem, ou um transplante de rim.

A insuficiênciaencia renal aguda tem cura, mas a insuficiência renal crônica nem sempre tem cura, mas o tratamento pode melhorar a qualidade de vida do paciente e promover o bem-estar.
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MensagemAssunto: Re: Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica)   Insuficiência Renal propriamente dita (=Orgânica) Icon_minitime

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