Interessante IX

"Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas".
Friedrich Nietzsche

Tudo na natureza é mutável e modulável bem como o pensamento do homem e suas verdades.Uma verdade só é verdadeira até que se prove o contrário.Quanto tempo a humanidade tomou como verdade postulados errôneos,seja por falta de informação, desconhecimento de mundo, falta de discussão, ou até mesmo incapacidade tecnológica pra se chegar a determinadas conclusões? Quantas verdades foram manipuladas em prol da manutenção de um pensamento político, religioso, ético e social?
Somos seres mutáveis, desde o pensamento e a consciência até forma da alma...

Verdade, Murilo Vieira.
Isso nos estimula a sermos Autores de novos paradigmas, verdadeiramente úteis.
E não por castas que se somam em vaidades.

Murilo Vieira escreveu:

Tudo na natureza é mutável e modulável bem como o pensamento do homem e suas verdades.Uma  verdade só é verdadeira até que se prove o contrário.Quanto tempo a humanidade tomou como verdade postulados errôneos,seja por falta de informação, desconhecimento de mundo, falta de discussão, ou até mesmo incapacidade tecnológica pra se chegar a determinadas conclusões? Quantas verdades foram manipuladas em prol da manutenção de um pensamento político, religioso, ético e social?
Somos seres mutáveis, desde o pensamento e a consciência até forma da alma...  

Gostaria de adicionar ainda que, de acordo com a teoria filosófica proposta por Platão em sua "Parábola da Caverna", o homem pode ser enganado por si mesmo, posto que os próprios sentidos oferecem uma percepção alterada do universo. Para o indivíduo conseguir livrar-se de tais limitações, deve procurar a liberdade por meio do senso crítico e a busca filosófica por respostas. Apenas assim o ser humano poderia ver além do mundo "sensível" (e além da própria ignorância).

Interessante é perceber como a sociedade é, atual e historicamente, regida por conceitos platônicos e cartesianos que, por si mesmos, contradizem a ideia da frase citada pela professora. Resumidamente, as ideias platônicas, assim como cartesianas, demonstram um mundo onde há a verdade, única e permanente, que deve ser atingida. Um pensamento que fugisse dessa tal verdade é considerado equivocado. Sendo assim, não são consideradas outras formas de pensar, outros momentos e outras realidades de vida, diferentes da sua mesma. O seu contexto e os seus ideais (temporal, político, psicológico, cultural, social, etc) passam a ser o padrão a ser alcançado pelos outros, sem considerar as "outras verdades" e a impermanência das coisas. Como consequência desse pensamento, pode-se observar o comportamento humano no sentido de gerar injustiças sociais, desigualdades, corrupção, desprezo, ganância e idealizações exacerbadas que passam por cima de quem não estiver de acordo. Em geral, não há abertura para experimentar ser o outro, o vir a ser, o devir. É aquela velha dicotomia: existe o certo e o errado, o bem e o mal. Entre outros filósofos, Nietzsche tenta quebrar esse paradigma dicotômico, através de ideias que podem ser resumidas pelo próprio título de um de seus livros, "Além do Bem e do Mal". Ou seja, não há o que é bom e o que é mau, há uma diferença de contexto, que não é a sua, e cabe tentar compreender a realidade do outro. Bom, espera-se que isso seja feito em prol de um convívio social agradável para todos, que favoreça, de fato, a con- vivência, o viver em conjunto. Acredito que considerar as múltiplas verdades é uma das tarefas mais difíceis para o ser humano, que é, em geral, tão focado no próprio umbigo e no benefício próprio. É, também, uma importante tarefa a ser realizada por médicos (já que seguimos por esse curso), que lidam diretamente com a realidade do outro. Enfim, espero que eu tenha digitado algo inteligível e, se não, tudo bem.

Vivo nesse dilema sobre a mutabilidade das coisas. Me questiono no sentido de que se algo antes era considerado uma verdade absoluta, porem hoje nao é mais aceita, o que mudou foi o fato ou a nossa forma de interpretá-lo? Nesse sentido acredito que a verdade seja imutável e, na verdade, a vemos com diferentes olhares. No entanto, quando aplico esse pensamento à mim, paira uma interrogação.. Pois hoje eu sou, de verdade. Mas a única coisa que posso garantir é que amanhã serei de verdade também, porém, talvez, não a mesma verdade.

Qual maravilha, Daniel Siqueira

Daniel Siqueira escreveu:

Gostaria de adicionar ainda que, de acordo com a teoria filosófica proposta por Platão em sua "Parábola da Caverna", o homem pode ser enganado por si mesmo, posto que os próprios sentidos oferecem uma percepção alterada do universo. Para o indivíduo conseguir livrar-se de tais limitações, deve procurar a liberdade por meio do senso crítico e a busca filosófica por respostas. Apenas assim o ser humano poderia ver além do mundo "sensível" (e além da própria ignorância).

Grande Manu Mariz
A Gaia Ciência de Nietzsche não acordou a humanidade como se quis. Que pena. A Gaia é terra que impregnou o homem
de silício e alumínio (SiAl) sem chance de voar. Mas, a Filosofia ensinou e vem ensinando numa dialética possível entre
transcendentais e materialistas. Talvez Descartes nem sequer imaginou que grafar não serve para tudo, serve para
estaca, juízo e medicamento. O meu ver não é o seu ver, numa Ontologia que dá chance a ver muito, a ver pouco, a ver diferente, a não ver nada. A Inteligência da Complexidade deveria, mesmo, habitar entre nós.
Então, Manu, vou ser inteligível (e sei, que vou): prefiro a permanência de nossa amizade (com nossas igualdades e diferenças) e prefiro, mesmo, a impermanência das coisas. Tudo igual, é insuportável.
Um grande abraço,
Hélia Cannizzaro

manu.mariz escreveu:

Interessante é perceber como a sociedade é, atual e historicamente, regida por conceitos platônicos e cartesianos que, por si mesmos, contradizem a ideia da frase citada pela professora. Resumidamente, as ideias platônicas, assim como cartesianas, demonstram um mundo onde há a verdade, única e permanente, que deve ser atingida. Um pensamento que fugisse dessa tal verdade é considerado equivocado. Sendo assim, não são consideradas outras formas de pensar, outros momentos e outras realidades de vida, diferentes da sua mesma. O seu contexto e os seus ideais (temporal, político, psicológico, cultural, social, etc) passam a ser o padrão a ser alcançado pelos outros, sem considerar as "outras verdades" e a impermanência das coisas. Como consequência desse pensamento, pode-se observar o comportamento humano no sentido de gerar injustiças sociais, desigualdades, corrupção, desprezo, ganância e idealizações exacerbadas que passam por cima de quem não estiver de acordo. Em geral, não há abertura para experimentar ser o outro, o vir a ser, o devir. É aquela velha dicotomia: existe o certo e o errado, o bem e o mal. Entre outros filósofos, Nietzsche tenta quebrar esse paradigma dicotômico, através de ideias que podem ser resumidas pelo próprio título de um de seus livros, "Além do Bem e do Mal". Ou seja, não há o que é bom e o que é mau, há uma diferença de contexto, que não é a sua, e cabe tentar compreender a realidade do outro. Bom, espera-se que isso seja feito em prol de um convívio social agradável para todos, que favoreça, de fato, a con- vivência, o viver em conjunto. Acredito que considerar as múltiplas verdades é uma das tarefas mais difíceis para o ser humano, que é, em geral, tão focado no próprio umbigo e no benefício próprio. É, também, uma importante tarefa a ser realizada por médicos (já que seguimos por esse curso), que lidam diretamente com a realidade do outro. Enfim, espero que eu tenha digitado algo inteligível e, se não, tudo bem.

Luciana Melo
Obrigada

Luciana Melo escreveu:

Vivo nesse dilema sobre a mutabilidade das coisas. Me questiono no sentido de que se algo antes era considerado uma verdade absoluta, porem hoje nao é mais aceita, o que mudou foi o fato ou a nossa forma de interpretá-lo? Nesse sentido acredito que a verdade seja imutável e, na verdade, a vemos com diferentes olhares. No entanto, quando aplico esse pensamento à mim, paira uma interrogação.. Pois hoje eu sou, de verdade. Mas a única coisa que posso garantir é que amanhã serei de verdade também, porém, talvez, não a mesma verdade.