Conhecimento Virtual Projeto Conhecimento Virtual Profa. Hélia Cannizzaro |
| | Obesidade e Doença do Refluxo Gastroesofágico | |
| | Autor | Mensagem |
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Eduardo Cirne
Mensagens : 4 Data de inscrição : 21/04/2014
| Assunto: Obesidade e Doença do Refluxo Gastroesofágico Sáb maio 17, 2014 4:56 am | |
| Não falaram isso na aula, ou pelo menos, eu não tava acordado se falaram, mas acho que isso vai ser de boa ajuda pra quem for fazer o seminário sobre Refluxo: Segundo estudo da Norwegian University of Science and Technology in Levanger, na Noruega, conforme a obesidade cresce, aumentam também os índices de refluxo ácido, também chamado de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). O DRGE é um dos fatores de risco do câncer de esôfago. Os resultados aparecem no periódico Gut, do British Medical Journal. Para chegar à conclusão, a equipe coletou dados de quase 30.000 pessoas, que faziam parte do estudo chamado Norwegian Nord-Trondelag Health Study, realizado de 1995 a 2009. Os pesquisadores observaram que, no tempo de estudo, os sintomas da DRGE cresceram 30%. As pessoas com menores chances de desenvolver a doença são as mulheres abaixo dos 40, mas pessoas do sexo feminino são mais propensas a desenvolver a condição conforme envelhecem. Sintomas graves eram vistos principalmente em indivíduos com 60 a 69 anos. Para os pesquisadores, o aumento nos índices da doença se deve ao fato de que a população está engordando e adotando hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo e dietas gordurosas: entre pessoas com obesidade, descobriram os estudiosos, há 50% a mais de chances de desenvolver a DRGE. O próximo passo do estudo é descobrir se a perda de peso diminui os índices de DRGE e, logo, câncer de esôfago. Recentemente, a obesidade tem sido apontado por ser um forte fator de risco para o desenvolvimento de sintomas e complicações associadas à DRGE. Além de aumentar a pressão intra-abdominal, o tecido adiposo visceral produz várias adipocinas e citocinas pró-inflamatórias, o que pode resultar em baixa qualidade inflamação crônica e ainda promover a progressão neoplásica. Segundo o gastrocirurgião Vladimir Schraibman, o tipo de alimentação é uma dos fatores que causam o refluxo. Além disso, o excesso de peso também é um importante fator desencadeante do problema, porque acarreta em um enfraquecimento da válvula que impede o refluxo. O dano crônico mucosa pelo refluxo é o responsável (que se tem sido pensado) por estimular as respostas inflamatórias e proliferativas no epitélio escamoso de esôfago. Esse refluxo, ao expor um esôfago a um tempo muito prolongado a acidez proveniente do estômago, pode desencadear uma condição conhecida como "Esôfago de Barrett". O esôfago de Barrett é encontrado em cerca de 10% dos pacientes que procuram tratamento médico para a doença do refluxo gastroesofágico e possui relevância clínica por ser considerado uma lesão pré-maligna, que pode evoluir para displasia e câncer de esôfago do tipo adenocarcinoma.2 Estima-se que a incidência de adenocarcinoma no esôfago de Barrett varie de 1:146 pacientes/ano, a 1:180, 1:184 ou 1:222, conforme a fonte. O risco varia de 0,2 a 2,1% ano em pacientes sem displasia, o que representa um risco de incidência de câncer de esôfago 30 a 125 vezes maior que a população em geral. Em função do potencial risco de se transformar em uma lesão maligna, a doença requer monitorização periódica através de endoscopia digestiva alta. Referências pra quem se interessar: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15929752Obesity is an independent risk factor for GERD symptoms and erosive esophagitis. El-Serag HB, Graham DY, Satia JA, Rabeneck L. Am J Gastroenterol. 2005 Jun;100(6):1243-50. http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3958434/Association of esophageal inflammation, obesity and gastroesophageal reflux disease: from FDG PET/CT perspective. Wu YW, Tseng PH, Lee YC, Wang SY, Chiu HM, Tu CH, Wang HP, Lin JT, Wu MS, Yang WS. PLoS One. 2014 Mar 18;9(3):e92001. doi: 10.1371/journal.pone.0092001. eCollection 2014. http://pt.wikipedia.org/wiki/Es%C3%B4fago_de_Barretthttp://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16299787?dopt=Abstract Koppert L, Wijnhoven B, van Dekken H, Tilanus H, Dinjens W. (2005). "The molecular biology of esophageal adenocarcinoma". J Surg Oncol 92 (3): 169-90 http://www.minhavida.com.br/saude/materias/14499-obesidade-pode-aumentar-incidencia-de-refluxo-acido | |
| | | Ana Cazuzu
Mensagens : 12 Data de inscrição : 01/04/2014
| Assunto: Re: Obesidade e Doença do Refluxo Gastroesofágico Sáb maio 17, 2014 2:55 pm | |
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| | | A. Igor
Mensagens : 4 Data de inscrição : 01/04/2014
| Assunto: Re: Obesidade e Doença do Refluxo Gastroesofágico Sáb maio 17, 2014 4:05 pm | |
| Como foi mostrado acima, a incidência de DRGE é maior em obesos e muitos recorrem a gastroplastias no tratamento da obesidade mórbida. Então fiz uma busca para tentar achar algum resultado da incidência dessa condição no pós operatório. “O refluxo gastroesofágico (RGE) é caracterizado pelo retorno espontâneo do conteúdo do estômago para o esôfago. Em todos os seres humanos, pequena quantidade de refluxo ocorre no esôfago distal, fato este que não provoca sintoma ou sinal, sendo chamado de refluxo fisiológico”. “A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) foi definida pelo Consenso Brasileiro da DRGE como "uma afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes a ele, acarretando um espectro variável de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos, associados ou não a lesões teciduais" Fonte : http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302007000200021A DRGE não tratada e a longo prazo pode desencadear o esôfago de Barrett, condição na qual ocorre metaplasia no revestimento interno do esôfago. Existe o risco do desenvolvimento carcinogênico nesse tecido lesionado. A derivação gástrica em Y de ROUX além de ser um procedimento para redução de peso, também mostrou bons resultados na redução do refluxo gastroesofágico, já que retira-se a maior parte do estômago e reduz-se drasticamente a produção de suco gástrico.Também não existe refluxo duodenal devido a derivação intestinal. Outro estudo envolvendo a gastrectomia vertical cita q não há relações bem estabelecidas entre o refluxo e o procedimento, mas afirma q a DRGE foi frequente como complicação. A banda gástrica mostra uma variável, a maioria das pessoas apresentam melhora dos sintomas, porém até 20% dos pacientes do estudo podem apresentar reincidência do problema. Fonte de pesquisa: http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-698980http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-627092http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/mdl-23385193 | |
| | | Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Re: Obesidade e Doença do Refluxo Gastroesofágico Ter maio 20, 2014 10:24 pm | |
| Eduardo Cirne Não havia lido, ainda, este seu texto. Gostei e aprendi bastante - Eduardo Cirne escreveu:
- Não falaram isso na aula, ou pelo menos, eu não tava acordado se falaram, mas acho que isso vai ser de boa ajuda pra quem for fazer o seminário sobre Refluxo:
Segundo estudo da Norwegian University of Science and Technology in Levanger, na Noruega, conforme a obesidade cresce, aumentam também os índices de refluxo ácido, também chamado de doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). O DRGE é um dos fatores de risco do câncer de esôfago. Os resultados aparecem no periódico Gut, do British Medical Journal. Para chegar à conclusão, a equipe coletou dados de quase 30.000 pessoas, que faziam parte do estudo chamado Norwegian Nord-Trondelag Health Study, realizado de 1995 a 2009. Os pesquisadores observaram que, no tempo de estudo, os sintomas da DRGE cresceram 30%. As pessoas com menores chances de desenvolver a doença são as mulheres abaixo dos 40, mas pessoas do sexo feminino são mais propensas a desenvolver a condição conforme envelhecem. Sintomas graves eram vistos principalmente em indivíduos com 60 a 69 anos. Para os pesquisadores, o aumento nos índices da doença se deve ao fato de que a população está engordando e adotando hábitos pouco saudáveis, como sedentarismo e dietas gordurosas: entre pessoas com obesidade, descobriram os estudiosos, há 50% a mais de chances de desenvolver a DRGE. O próximo passo do estudo é descobrir se a perda de peso diminui os índices de DRGE e, logo, câncer de esôfago. Recentemente, a obesidade tem sido apontado por ser um forte fator de risco para o desenvolvimento de sintomas e complicações associadas à DRGE. Além de aumentar a pressão intra-abdominal, o tecido adiposo visceral produz várias adipocinas e citocinas pró-inflamatórias, o que pode resultar em baixa qualidade inflamação crônica e ainda promover a progressão neoplásica. Segundo o gastrocirurgião Vladimir Schraibman, o tipo de alimentação é uma dos fatores que causam o refluxo. Além disso, o excesso de peso também é um importante fator desencadeante do problema, porque acarreta em um enfraquecimento da válvula que impede o refluxo. O dano crônico mucosa pelo refluxo é o responsável (que se tem sido pensado) por estimular as respostas inflamatórias e proliferativas no epitélio escamoso de esôfago. Esse refluxo, ao expor um esôfago a um tempo muito prolongado a acidez proveniente do estômago, pode desencadear uma condição conhecida como "Esôfago de Barrett". O esôfago de Barrett é encontrado em cerca de 10% dos pacientes que procuram tratamento médico para a doença do refluxo gastroesofágico e possui relevância clínica por ser considerado uma lesão pré-maligna, que pode evoluir para displasia e câncer de esôfago do tipo adenocarcinoma.2 Estima-se que a incidência de adenocarcinoma no esôfago de Barrett varie de 1:146 pacientes/ano, a 1:180, 1:184 ou 1:222, conforme a fonte. O risco varia de 0,2 a 2,1% ano em pacientes sem displasia, o que representa um risco de incidência de câncer de esôfago 30 a 125 vezes maior que a população em geral. Em função do potencial risco de se transformar em uma lesão maligna, a doença requer monitorização periódica através de endoscopia digestiva alta.
Referências pra quem se interessar:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15929752
Obesity is an independent risk factor for GERD symptoms and erosive esophagitis. El-Serag HB, Graham DY, Satia JA, Rabeneck L. Am J Gastroenterol. 2005 Jun;100(6):1243-50.
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3958434/
Association of esophageal inflammation, obesity and gastroesophageal reflux disease: from FDG PET/CT perspective. Wu YW, Tseng PH, Lee YC, Wang SY, Chiu HM, Tu CH, Wang HP, Lin JT, Wu MS, Yang WS. PLoS One. 2014 Mar 18;9(3):e92001. doi: 10.1371/journal.pone.0092001. eCollection 2014.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Es%C3%B4fago_de_Barrett
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16299787?dopt=Abstract
Koppert L, Wijnhoven B, van Dekken H, Tilanus H, Dinjens W. (2005). "The molecular biology of esophageal adenocarcinoma". J Surg Oncol 92 (3): 169-90
http://www.minhavida.com.br/saude/materias/14499-obesidade-pode-aumentar-incidencia-de-refluxo-acido | |
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