Marcadores Laboratoriais da Hepatite B

Vírus da Hepatite B (VHB) - Marcadores
É importante o diagnóstico diferencial entre as hepatites. É fundamental, no screening do sangue para transfusão e de órgãos doados para transplante. E na definição do status imunológico para se determinar a necessidade de vacinação.
Antígeno de Superfície do Vírus da Hepatite B (HBsAg) – Trata-se do primeiro indicador da infecção pelo VHB a surgir. Geralmente se faz presente entre 21-41 dias (mas pode aparecer em até 14 dias). Atinge seu pico à medida que os níveis de TGP aumentam. Desaparece, geralmente, entre 12-20 semanas após a infecção com o VHB. A vacinação para a hepatite B não provoca a presença positiva de HBsAg. Os ensaios imunológicos disponíveis são sensíveis o suficiente para detectar menos de 1,0ng/ml deste antígeno circulante na corrente sanguínea. Lembrando, que o genoma deste vírus é dsDNA, da família do Hepadnaviridae, o período de incubação (dias) é de 45-160, não tem transmissão entérica, sexual sim, perianal sim, parenteral sim, incidência pós-transfusional de 0,002, com início insidioso (sinais e sintomas), icterícia em 15-40% (atenção aos não ictéricos, quando se espera diagnosticar a hepatite apenas pela icterícia), hepatite fulminante 02-2%, hepatite B evoluindo para a cronicidade 5-10%, pode evoluir para carcinoma hepatocelular, mortalidade 1-2%. Com duas a seis semanas, há a presença da IgM (anti-HBsAg) que identifica aqueles pacientes em recuperação, que, todavia, ainda podem ser infectantes. Na hepatite fulminante, esses Acs aparecem mais cedo. Nos pacientes crônicos, nenhum Ac se encontra presente, mas os títulos do Ag (HBsAg) podem se mostrar elevados.
Antígeno “e” do Vírus da Hepatite B (HBeAg) – Indica um estado altamente infeccioso. Aparece dentro de uma semana após o surgimento do HBsAg. Nos casos agudos, este Ag some antes do desaparecimento do HBsAg. É encontrado apenas quando o HBsAg se acha presente. Sua persistência acima de 20 semanas sugere evolução para hepatite crônica.
Anticorpo para o HBe (Anti-HBe) – Aparece depois do desaparecimento de HBeAg e pode ser detectado por anos. Indica um decréscimo da infectividade, sugerindo um bom prognóstico para resolução da infecção aguda.
Total de Acs contra o Ag do Núcleo do VHB (Anti-HBc total) – Aparece nos estágios iniciais da infecção aguda, entre 4-10 semanas após o surgimento do HBsAg, e persiste por anos ou pela vida inteira. O Ac Anti-HBc IgM é o anticorpo específico que aparece nos estágios mais iniciais e, então, declina para baixos níveis durante a recuperação. Pode ser o único marcador sorológico presente, após o desaparecimento do HBsAg e HBeAg. O Anti-HBc IgG se mantém indefinidamente (memória imunológica – CD45RO).

Subestima-se em muitas faculdades de Medicina, atualmente, a importância do conhecimento em Histologia. Muitos consideram uma área do conhecimento necessária somente àqueles que se destinarão à Patologia. No entanto, o conhecimento histológico básico interfere diretamente na eficácia e velocidade de diagnóstico do Médico.
A identificação dos sintomas muitas vezes é suficiente somente para limitar as possibilidades do diagnóstico, sendo necessário então a análise histológica. No caso da Hepatite B, a histologia determina não só a doença em si, mas também o estado de progressão dela, podendo influenciar até mesmo na contaminação de outros, visto que é uma doença infecciosa.

Acredito ser muito interessante ter conhecimento acerca de uma doença que, acredita-se, ter contaminado cerca de quinze por cento da população brasileira, sendo a principal e mais eficaz forma de prevenção dessa doença (que pode ser considerada uma DST), a vacinação.
Acerca dos recursos que existem para a detecção dessa patologia é bom saber acerca do HBsAg, primeiro marcador da doença, e detectável em altos níveis na sua fase aguda, assim como as aminotrasferases, ambos observados em exames do soro.
Muito bom saber também que a icterícia não é totalmente confiável para a detecção de problemas hepáticos e que a Hepatite B, apesar de ter uma taxa elevada de cura (apenas cinco por cento dos casos de hepatite aguda evolui para crônica), deve ser encarada seriamente, visto que pode progredir para quadros de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular.

Professora, achei muito interessante essa postagem. Neste período, na cadeira de Construção do Conhecimento, o meu grupo está trabalhando com uma mestranda sobre a Anemia Falciforme, e assim que comecei a ler a sua postagem, achei muito parecido o tema. Claro que são patologia diferentes, mas assim como a Hepatite, a Anemia também precisa de um diagnóstico diferencial. Ou seja, é muito importante que os profissionais de saúde tenham esse cuidado de fazer um diagnóstico diferencial, já que existe mais de um tipo de hepatite e, que cada um desses tipos precisa de uma cuidado diferente. Concluindo, não basta saber que o paciente tem hepatite, precisa-se realizar exames mais a dentro, a fim de descobrir se é ou não um caso de hepatite B.

Veja bem. A Histologia é a ciência dos tecidos e sistemas normais.
Claro, quem conhece profundamente a normalidade detecta com mais eficiência e velocidade a anormalidade.
Mas, o que interessa à Hepatite é o exame clínico, os exames laboratoriais, exames de imagem,
e da biópsia (anátomo-patológico).

raiovsk escreveu:

Subestima-se em muitas faculdades de Medicina, atualmente, a importância do conhecimento em Histologia. Muitos consideram uma área do conhecimento necessária somente àqueles que se destinarão à Patologia. No entanto, o conhecimento histológico básico interfere diretamente na eficácia e velocidade de diagnóstico do Médico.
A identificação dos sintomas muitas vezes é suficiente somente para limitar as possibilidades do diagnóstico, sendo necessário então a análise histológica. No caso da Hepatite B, a histologia determina não só a doença em si, mas também o estado de progressão dela, podendo influenciar até mesmo na contaminação de outros, visto que é uma doença infecciosa.

Geraldo Seabra
Bom ler o seu texto.

Geraldo Seabra escreveu:

Acredito ser muito interessante ter conhecimento acerca de uma doença que, acredita-se, ter contaminado cerca de quinze por cento da população brasileira, sendo a principal e mais eficaz forma de prevenção dessa doença (que pode ser considerada uma DST), a vacinação.
Acerca dos recursos que existem para a detecção dessa patologia é bom saber acerca do HBsAg, primeiro marcador da doença, e detectável em altos níveis na sua fase aguda, assim como as aminotrasferases, ambos observados em exames do soro.
Muito bom saber também que a icterícia não é totalmente confiável para a detecção de problemas hepáticos e que a Hepatite B, apesar de ter uma taxa elevada de cura (apenas cinco por cento dos casos de hepatite aguda evolui para crônica), deve ser encarada seriamente, visto que pode progredir para quadros de cirrose hepática e carcinoma hepatocelular.

Marcela Souza
O DD (diagnóstico diferencial) é sinônimo de humildade. Saber com humildade.
Há sempre que aventar a possibilidade de outra patologia ou de co-morbidade,
para não errarmos (por vaidade) nos diagnóstico/tratamento corretos.
Você está certa.
Não estamos tratando de top model em pleno estado de saúde.
Quem nos busca, busca por um mal, uma dor, um incômodo - sem chance de desfile e/ou maquiagem.
O paciente espera de nós, tão somente, espera. Acredita, deposita confiança.
Pela vez primeira, não nos conhece, nem imagina nossas noites de estudo e dos plantões semanais.
Ele é premiado com a cura, e nós Médicos muito mais.

Marcela Souza escreveu:

Professora, achei muito interessante essa postagem. Neste período, na cadeira de Construção do Conhecimento, o meu grupo está trabalhando com uma mestranda sobre a Anemia Falciforme, e assim que comecei a ler a sua postagem, achei muito parecido o tema. Claro que são patologia diferentes, mas assim como a Hepatite, a Anemia também precisa de um diagnóstico diferencial. Ou seja, é muito importante que os profissionais de saúde tenham esse cuidado de fazer um diagnóstico diferencial, já que existe mais de um tipo de hepatite e, que cada um desses tipos precisa de uma cuidado diferente. Concluindo, não basta saber que o paciente tem hepatite, precisa-se realizar exames mais a dentro, a fim de descobrir se é ou não um caso de hepatite B.