Hiperaldosteronismo Primário leva Lesão Cardíaca?

Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013

O hiperaldosteronismo primário caracteriza-se pela hipersecreção de aldosterona (o principal mineralocorticoide), associada a um adenoma de adrenal, que determina hipertensão arterial, hipocalemia (baixa sanguínea de potássio) e alcalose metabólica. Lembrando, que a aldosterona age no túbulo distal promovendo retenção de sódio (e, consequente, água) e excreção de potássio levando à hipocalemia progressiva. Além do quadro hipertensivo surgem sintomas de depleção do potássio: fraqueza muscular, parestesias, paralisias intermitentes, tetania (sem hipocalcemia = baixa de cálcio). Mister, dosagem de aldosterona no sangue e urina.

Mensagens : 8 Data de inscrição : 21/03/2015

A hipertensão arterial associada a depleção do potássio podem sim levar a lesão cardíaca. Esse site explica de forma interessante o assunto http://www.misodor.com/HIPERALDOSTERONISMO.php

Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013

lucas Veríssimo
Vê-se a importância dos eletrólitos no organismo, fundamentalmente o potássio na condução cardíaca.
A espironalactona faz bem este turnover entre sódio e potássio.

lucas.verissimo escreveu:: A hipertensão arterial associada a depleção do potássio podem sim levar a lesão cardíaca. Esse site explica de forma interessante o assunto http://www.misodor.com/HIPERALDOSTERONISMO.php

Mensagens : 7 Data de inscrição : 18/03/2015 Idade : 30

Bem, pelo visto o excesso de aldosterona provoca excesso de sódio e perda de potássio, o que acaba provocando um quadro hipertensivo.
A hipertensão, por sua vez, se não tratada, pode provocar hipertrofia do ventrículo esquerdo (pois ele precisa "ficar mais forte" para vencer a circulação sistêmica, agora com pressão mais elevada): sendo essa uma hipertrofia concêntrica e patológica, que acaba elevando a frequência de batimentos do coração, pois ele vai sendo capaz de bombear menos sangue e tendo cada vez mais dificuldade para fazê-lo, levando à insuficiência cardíaca e respiratória, pois ele adquire um tamanho que pode chegar a atrapalhar os pulmões.
Além disso, a hipertensão facilita a ocorrência de obstruções em vasos (aterosclerose). No caso de uma artéria coronária, ocorrendo uma isquemia, o resultado tem altas chances de ser fatal...

A hipertensão, por si só, também provoca insuficiência renal, por interferir em sua circulação, lesionando as paredes dos vasos; o que pode gerar uma disfunção no órgão e ele então passa a não mais eliminar e reter o que devia. No caso do Hiperaldosteronismo a hipertensão já é ocasionada por uma disfunção renal; assim, acredito que, se não tratada, o quadro deva se agravar cada vez mais, pois a consequência está influenciando a causa e se fortalecendo.

Editado: eu tinha escrito atrofia em vez de hipertrofia ¬¬

Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013

Ok, Danilo Aires

Danilo Aires escreveu:: Bem, pelo visto o excesso de aldosterona provoca excesso de sódio e perda de potássio, o que acaba provocando um quadro hipertensivo.
A hipertensão, por sua vez, se não tratada, pode provocar atrofia do ventrículo esquerdo (pois ele precisa "ficar mais forte" para vencer a circulação sistêmica, agora com pressão mais elevada): sendo essa uma atrofia concêntrica e patológica, que acaba elevando a frequência de batimentos do coração, pois ele vai sendo capaz de bombear menos sangue e tendo cada vez mais dificuldade para fazê-lo, levando à insuficiência cardíaca e respiratória, pois ele adquire um tamanho que pode chegar a atrapalhar os pulmões.
Além disso, a hipertensão facilita a ocorrência de obstruções em vasos (aterosclerose). No caso de uma artéria coronária, ocorrendo uma isquemia, o resultado tem altas chances de ser fatal...

A hipertensão, por si só, também provoca insuficiência renal, por interferir em sua circulação, lesionando as paredes dos vasos; o que pode gerar uma disfunção no órgão e ele então passa a não mais eliminar e reter o que devia. No caso do Hiperaldosteronismo a hipertensão já é ocasionada por uma disfunção renal; assim, acredito que, se não tratada, o quadro deva se agravar cada vez mais, pois a consequência está influenciando a causa e se fortalecendo.

Mensagens : 8 Data de inscrição : 21/03/2015

Bem, é certo dizer, sim, que hiperaldosteronismo primário pode levar a uma lesão cardíaca, mas por quê? Como explicado, hiperaldosteronismo primário caracteriza-se por uma secreção exagerada do hormônio aldosterona, um hormônio anti-diurético (ou seja, retém água no sangue, o que consequentemente leva a um acúmulo de sódio no corpo). Sabendo que a contração do coração é precedida por atividade elétrica do próprio coracao, isso mostra que constantemente está havendo geração de potencial de ação para que o coração contraia (sístole) e relaxe (diástole), promovendo variação de pressão, possibilitando o fluxo sanguíneo. Assim, se no hiperaldosteronismo primário há uma maior quantidade de sódio, menor quantidade de potássio é uma hipertensão arterial, isso vai fazer com que o coração, se contraia mais rapidamente (devido a concentração de sódio) e demore mais para relaxar (devido a concentração de potássio), com isso, o coração vai estar muito sobrecarregado, com todas essas sístoles e diástoles alteradas, dessa maneira, lesões cardíacas podem surgir em razão das alterações provenientes do hiperaldosteronismo primário.

Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013

Marcela Souza
Se você tiver interesse, posso começar a falar sobre alterações no eletrocardiograma (ECG),
do que você abordou. Só se tiver interesse.
O CV não cai em prova. O CV é um programa realizado desde 2001 para ampliar os conhecimentos,
acelerar suas absorções, fazer interdisciplinaridade, e permitir um crescimento rápido junto à Clínica Médica.
O tempo urge, e há que fazer Médicos o mais rápido possível, com competência.
Qualquer especialidade necessita de ECG, e já imaginou você fazê-lo dentro do seu próprio consultório?

Marcela Souza escreveu:: Bem, é certo dizer, sim, que hiperaldosteronismo primário pode levar a uma lesão cardíaca, mas por quê? Como explicado, hiperaldosteronismo primário caracteriza-se por uma secreção exagerada do hormônio aldosterona, um hormônio anti-diurético (ou seja, retém água no sangue, o que consequentemente leva a um acúmulo de sódio no corpo). Sabendo que a contração do coração é precedida por atividade elétrica do próprio coracao, isso mostra que constantemente está havendo geração de potencial de ação para que o coração contraia (sístole) e relaxe (diástole), promovendo variação de pressão, possibilitando o fluxo sanguíneo. Assim, se no hiperaldosteronismo primário há uma maior quantidade de sódio, menor quantidade de potássio é uma hipertensão arterial, isso vai fazer com que o coração, se contraia mais rapidamente (devido a concentração de sódio) e demore mais para relaxar (devido a concentração de potássio), com isso, o coração vai estar muito sobrecarregado, com todas essas sístoles e diástoles alteradas, dessa maneira, lesões cardíacas podem surgir em razão das alterações provenientes do hiperaldosteronismo primário.

Mensagens : 10 Data de inscrição : 22/03/2015

É interessante ressaltar que o hiperaldosteronismo deve ser tratado o quanto antes. Como foi visto e explicado, tal patologia pode sim levar à lesão cardíaca, além de gerar um perigoso desequilíbrio no nível dos eletrólitos do organismo, o que afeta também o pH sanguíneo. Dessa forma, o paciente deve fazer uso de antagonistas de aldosterona, os quais reduzirão as concentrações sanguíneas do hormônio, reduzindo seu efeito maléfico. Além disso, o sódio deverá ser restringido na dieta do mesmo, já que encontra-se em concentrações elevadas (devido ao efeito da aldosterona) e contribui para o quadro hipertensivo. Por fim, a manutenção de hábitos saudáveis, como a prática de exercício físico, são sempre um importante aliado no tratamento/impedimento de diversas patologias.

Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013

Ariadne Souto Maior
Muito bem.

Ariadne Souto Maior escreveu:: É interessante ressaltar que o hiperaldosteronismo deve ser tratado o quanto antes. Como foi visto e explicado, tal patologia pode sim levar à lesão cardíaca, além de gerar um perigoso desequilíbrio no nível dos eletrólitos do organismo, o que afeta também o pH sanguíneo. Dessa forma, o paciente deve fazer uso de antagonistas de aldosterona, os quais reduzirão as concentrações sanguíneas do hormônio, reduzindo seu efeito maléfico. Além disso, o sódio deverá ser restringido na dieta do mesmo, já que encontra-se em concentrações elevadas (devido ao efeito da aldosterona) e contribui para o quadro hipertensivo. Por fim, a manutenção de hábitos saudáveis, como a prática de exercício físico, são sempre um importante aliado no tratamento/impedimento de diversas patologias.

Mensagens : 7 Data de inscrição : 20/03/2015

Legal, esse é um bom exemplo da interdisciplinaridade proposta pelo programa. Fica clara a importância do estudo das consequências globais de uma patologia. De qualquer forma, também é interessante comentar o fato de que essa não é uma patologia tão rara quanto o parece. Na verdade, corresponde a 5 a 10% da população hipertensa, sendo considerada por alguns como a causa mais comum de hipertensão secundária. Inclusive, esta última é a principal característica clínica observada no diagnóstico do hiperaldosteronismo primário. Esse fato é ainda mais expressivo em casos de paciente com hipertensão secundária resistente, aqueles usando pelo menos três anti-hipertensivos diferentes, sendo um deles diurético.

Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013

Allan
Ok

allanma escreveu:: Legal, esse é um bom exemplo da interdisciplinaridade proposta pelo programa. Fica clara a importância do estudo das consequências globais de uma patologia. De qualquer forma, também é interessante comentar o fato de que essa não é uma patologia tão rara quanto o parece. Na verdade, corresponde a 5 a 10% da população hipertensa, sendo considerada por alguns como a causa mais comum de hipertensão secundária. Inclusive, esta última é a principal característica clínica observada no diagnóstico do hiperaldosteronismo primário. Esse fato é ainda mais expressivo em casos de paciente com hipertensão secundária resistente, aqueles usando pelo menos três anti-hipertensivos diferentes, sendo um deles diurético.

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