Anti-Hipertensivos (Visão Geral)

Esta apresentação, abaixo, busca visualizar os mecanismos de ação utilizados por nós, Médicos, no tratamento da HA, jamais no intuito de decorar os nomes das drogas, mesmo porque este site serve como estímulo da Interdisciplinaridade, e porque a Cadeira Terapêutica é oferecida num futuro próximo.
Vejamos os mecanismos:
1. Benazapril – IECA (inibidor da enzima conversora de angiotensina);
2. Captopril – IECA, além efeitos favoráveis sobre a hemodinâmica, a função renal, e na ICC (insuficiência cardíaca congestiva = direita e esquerda);
3. Cilazapril – IECA de ação prolongada;
4. Delapril – IECA;
5. Enalapril – IECA, ICC, reduz a proteinúria;
6. Losartano – Antagonista do receptor de angiotensina II;
7. Anlodipino – Bloqueador seletivo de canal de cálcio;
8. Diltiazem – Bloqueador de canal de cálcio, anti-hipertensivo e antiarrítmico;
9. Nicardipina – antagonista do cálcio, eficaz IV (intravenoso) nas emergências;
10. Atenolol – Beta-bloqueador de ação prolongada;
11. Labetalol – Bloqueador alfa e beta;
12. Alfuzosina – Alfa bloqueador;
13. Metildopa – Agonista α2 de ação central;
14. Hidralazina – vasodilatador de ação direta;
15. Nitroprussiato de sódio – Vasodilatador mais potente disponível.
Vimos, que há IECA, antagonista do receptor de angiotensina II, bloqueador de canal de cálcio, alfa e beta bloqueador, agonista alfa 2 e vasodilatador.
Seus mecanismos de ação são lógicos? Diminuem, mesmo, a PA?
Qual seria a opção, então, de um deles, para tratamento domiciliar (sem gravidade), e para tratamento de emergência (com gravidade)?

Para um tratamento domiciliar seria indicado o Enalapril, que pode ser tomado em apenas uma dose diária (diferentemente das 3 doses diárias do Captopril, que ainda arrisca o paciente a contrair lupus). E para uso hospitalar de emergência seria o Nitroprussiato de Sódio, por ser o vasodilatador mais potente, e a Hidralazina, que possui ação direta e efeito mais brando do que o citado anteriormente.

Os bloqueadores de canal de cálcio proporcionam uma redução na excitabilidade e, portanto, na frequência do coração, assim como promovem o relaxamento da musculatura lisa arterial e uma menor resistência vascular periférica. O bloqueio desses canais torna-se eficaz uma vez que o influxo de cálcio ativa a interação actina-miosina do músculo, como visto nas aulas ministradas. Os músculos esqueléticos não apresentam sensibilidade preocupante já que não dependem diretamente do cálcio extracelular para seu funcionamento. Porém, em termos comparativos, esse mecanismo é indicado para uma gama menor de patologias que os medicamentos que atuam/influenciam nas angiotensinas. Os IECA e os antagonistas do receptor de angiotensina II diminuem a PA por meio do bloqueio desse importante vasoconstritor, a angiotensina II. Pelo que observei em artigos sobre o assunto, seria uma terapia mais abrangente e direta para tratamento da HA.

Achei esclarecedor a leitura de alguns tópicos desse artigo. Explana bem os mecanismos de ação das drogas citadas pela professora.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-28002010000500008&script=sci_arttext

Exatamente, Synara Nunes

Synara Nunes escreveu:

Para um tratamento domiciliar seria indicado o Enalapril, que pode ser tomado em apenas uma dose diária (diferentemente das 3 doses diárias do Captopril, que ainda arrisca o paciente a contrair lupus). E para uso hospitalar de emergência seria o Nitroprussiato de Sódio, por ser o vasodilatador mais potente, e a Hidralazina, que possui ação direta e efeito mais brando do que o citado anteriormente.

Correto, Daniela Bessa

Daniela Bessa escreveu:

Os bloqueadores de canal de cálcio proporcionam uma redução na excitabilidade e, portanto, na frequência do coração, assim como promovem o relaxamento da musculatura lisa arterial e uma menor resistência vascular periférica. O bloqueio desses canais torna-se eficaz uma vez que o influxo de cálcio ativa a interação actina-miosina do músculo, como visto nas aulas ministradas. Os músculos esqueléticos não apresentam sensibilidade preocupante já que não dependem diretamente do cálcio extracelular para seu funcionamento. Porém, em termos comparativos, esse mecanismo é indicado para uma gama menor de patologias que os medicamentos que atuam/influenciam nas angiotensinas. Os IECA e os antagonistas do receptor de angiotensina II diminuem a PA por meio do bloqueio desse importante vasoconstritor, a angiotensina II. Pelo que observei em artigos sobre o assunto, seria uma terapia mais abrangente e direta para tratamento da HA.

Achei esclarecedor a leitura de alguns tópicos desse artigo. Explana bem os mecanismos de ação das drogas citadas pela professora.
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-28002010000500008&script=sci_arttext

Professora, seria pertinente o uso de diuréticos para tratamento domiciliar ou paliativo? Tendo em vista seu mecanismo de ação rápido.

Daniela Bessa
O tratamento da HA combina medicamentos de acordo com cada caso clínico específico.
É muito comum a combinação domiciliar de um inotrópico (como o captopril) ao lado de
um diurético, como a furosemida (lasix) ou hidroclorotiazida, etc.
Os diuréticos são altamente úteis, não são paliativos, eles diminuem certamente o volume
plasmático e, consequentemente, o alto volume de sangue que circula sobre alta pressão (HA).
Alguns acertos devem ser feitos, pelo uso de diuréticos, como a perda de potássio (íon
fundamental para o coração, por exemplo).

Daniela Bessa escreveu:

Professora, seria pertinente o uso de diuréticos para tratamento domiciliar ou paliativo? Tendo em vista seu mecanismo de ação rápido.

Cada um dos medicamentos citados traz benefícios para o tratamento da HA, embora atuem de maneiras distintas no organismo. Os betabloqueadores, por exemplo, promovem uma diminuição inicial do débito cardíaco, da secreção de renina pelos rins e das catecolaminas nas sinapses nervosas. Já os alfabloqueadores agem no sistema nervoso autônomo causando um efeito hipotensor. Vale ressaltar que cada tipo de medicamento tem um a eficácia diferente e, por isso deve ser escolhido mediante a discriminação do quadro clinico do paciente.
     Embora estejamos debatendo a respeito do tratamento farmacológico da HA, acho válido refletirmos também sobre a importância do tratamento não medicamentoso e das medidas preventivas contra a HA. Como todos sabemos, é essencial tentar manter um estilo de vida saudável, mediante hábitos simples como ingerir menos sal, menos álcool, adotar uma dieta menos gordurosa, praticar exercícios físicos. Encontrei um artigo interessante que abrange esses dois viés da Medicina. Na página 579 (14), fala-se sobre as medidas não farmacológicas e a página 580 (15) traz os possíveis tratamentos medicamentosos.

http://www.arquivosonline.com.br/2012/9901/pdf/ABC_pdf_interativo_9901.pdf

Júlia Barreto
Irei ler o artigo. A turma 137 vem insistindo na Prevenção. Que acho definitivo.

julia.barreto escreveu:

Cada um dos medicamentos citados traz benefícios para o tratamento da HA, embora atuem de maneiras distintas no organismo. Os betabloqueadores, por exemplo, promovem uma diminuição inicial do débito cardíaco, da secreção de renina pelos rins e das catecolaminas nas sinapses nervosas. Já os alfabloqueadores agem no sistema nervoso autônomo causando um efeito hipotensor. Vale ressaltar que cada tipo de medicamento tem um a eficácia diferente e, por isso deve ser escolhido mediante a discriminação do quadro clinico do paciente.
     Embora estejamos debatendo a respeito do tratamento farmacológico da HA, acho válido refletirmos também sobre a importância do tratamento não medicamentoso e das medidas preventivas contra a HA. Como todos sabemos, é essencial tentar manter um estilo de vida saudável, mediante hábitos simples como ingerir menos sal, menos álcool, adotar uma dieta menos gordurosa, praticar exercícios físicos. Encontrei um artigo interessante que abrange esses dois viés da Medicina. Na página 579 (14), fala-se sobre as medidas não farmacológicas e a página 580 (15) traz os possíveis tratamentos medicamentosos.

http://www.arquivosonline.com.br/2012/9901/pdf/ABC_pdf_interativo_9901.pdf

Os bloqueadores dos canais de cálcio, por ter uma ação mais abrangente, influenciam em uma gama de particularidades das células. Como eles bloqueiam os canais de entrada do cálcio das membranas das células, cada canal tem vários receptores diferentes, e cada classe de fármacos aparentemente atua num deles. Já em um tratamento mais direto, os IECAs são compostos que inibem a enzima conversora da angiotensina que converte a angiotensina I em angiotensina II. Ao inibir essa enzima, os IECAs produzem vasodilatação periférica, diminuindo a pressão arterial. Como cada medicamento age de forma distinta, é preciso haver a interação por parte do médico com o histórico do paciente, já que a medicina se sustenta no indivíduo como um todo e em suas interações com o meio que está inserido.

Luísa Araújo
Quando você optaria por um bloqueador de canal de cálcio na HA?

Luísa Araújo escreveu:

Os bloqueadores dos canais de cálcio, por ter uma ação mais abrangente, influenciam em uma gama de particularidades das células. Como eles bloqueiam os canais de entrada do cálcio das membranas das células, cada canal tem vários receptores diferentes, e cada classe de fármacos aparentemente atua num deles. Já em um tratamento mais direto, os IECAs são compostos que inibem a enzima conversora da angiotensina que converte a angiotensina I em angiotensina II. Ao inibir essa enzima, os IECAs produzem vasodilatação periférica, diminuindo a pressão arterial. Como cada medicamento age de forma distinta, é preciso haver a interação por parte do médico com o histórico do paciente, já que a medicina se sustenta no indivíduo como um todo e em suas interações com o meio que está inserido.

Nas hipertensões leves, os bloqueadores de canais de cálcio seriam uma boa opção como droga única, já que atuam como vasodilatadores (principalmente o grupo das dihidropiridinas). Já hipertensões mais graves podem ser tratadas com antidiurético associado ao bloqueador de canais de cálcio. O grupo das não-dihidropiridinas são mais indicados para casos onde há comprometimento cardíaco, além da HA, como arritmia cardíaca.
Achei um site que traz essas informações bem explanadas e de fácil compreensão e que aborda mais sobre o assunto:
http://www.mdsaude.com/2011/06/bloqueadores-canal-calcio.html

Bom, Luísa Araújo

Luísa Araújo escreveu:

Nas hipertensões leves, os bloqueadores de canais de cálcio seriam uma boa opção como droga única, já que atuam como vasodilatadores (principalmente o grupo das dihidropiridinas). Já hipertensões mais graves podem ser tratadas com antidiurético associado ao bloqueador de canais de cálcio. O grupo das não-dihidropiridinas são mais indicados para casos onde há comprometimento cardíaco, além da HA, como arritmia cardíaca.
Achei um site que traz essas informações bem explanadas e de fácil compreensão e que aborda mais sobre o assunto:
http://www.mdsaude.com/2011/06/bloqueadores-canal-calcio.html