Malformações Bronco-Pulmonares
Capazes de produzir disfunção respiratória ou infecções de repetição e que exigem tratamento cirúrgico.
1. Enfisema lobar congênito - Há uma hiperdistensão de um segmento ou lobo pulmonar por obstrução brônquica. Localiza-se no lobo superior esquerdo (40 a 50%), lobo médio direito (30 a 40%), lobo superior direito (20%) e lobos inferiores (5%);
2. Malformação adenomatóide cística - Massa congênita multicística por dilatação excessiva dos bronquíolos. É mais frequente no lobo inferior esquerdo. Grandes lesões podem comprimir o pulmão, o coração e o esôfago;
3. Sequestro pulmonar - É uma massa de tecido pulmonar não funcionante;
4. Cistos broncogênicos - São cistos de 2 a 10cm de diâmetro, de conteúdo líquido claro, localizados no mediastino;
5. Cistos pulmonares - São cistos aerados congênitos isolados que se comunicam com a árvore traqueobrônquica.
Quando suspeitar?
Essas malformações podem ser assintomáticas ou se manifestar ainda no período neonatal (recém-nascido) com taquipnéia e esforço respiratório. Lactentes (fase de amamentação) e crianças maiores podem apresentar broncoespasmo, tosse crônica, intolerância ao esforço e infecções (pneumonia) de repetição. Pode ocorrer também pneumotórax com hiper-ressonância à percussão. O diagnóstico pode ser feito no pré-natal por ultrassonografia.
Para o diagnóstico pode ser utilizado RX de tórax, tomografia, ressonância, broncoscopia e cintilografia.
Como tratar?A cirurgia depende do tipo de malformação encontrada. Na maioria dos casos, a lobectomia (retirada do lobo pulmonar) é o tratamento de escolha. Nos casos mais graves com insuficiência respiratória, o paciente deve ser estabilizado na UTI. Suporte ventilatório. Cuidado no enfisema lobar congênito, pois o aumento do volume do lobo afetado pode piorar o quadro respiratório e hemodinâmico.
Boletim Operatório da LOBECTOMIA PULMONAR
Fazer um acesso venoso seguro e garantir reserva de sangue.
Antibioticoterapia profilática.
Monitorização do ECG e gasometria (pressão dos gases arteriais).
Cateterismo vesical (bexiga) de demora para monitorar volume urinário.
Anestesia geral (No enfisema lobar congênito utilizar ventilação com pressão positiva baixa).
Posição do paciente - decúbito lateral com proteção dos MMIIs.
A abertura do tórax (toracotomia) é póstero-lateral no quarto ou quinto espaço intercostal no hemitórax com malformação.
Tempos cirúrgicos principais -
O objetivo aqui é enxergar que o Básico deve ver ao longe a Prática Médica - obrigatoriamente interligadas. Nada custa antecipar. O "Conhecimento" é tão amplo que sempre se antecipa por si mesmo.
1. Abrir a cavidade torácica e colocar um afastador (Finochieto) do tamanho apropriado para o paciente;
2. Após visualização do campo, localizar, identificar e avaliar a extensão da anomalia congênita;
3. Definir o segmento ou lobo pulmonar a ser ressecado (retirado);
4. Dissecar o hilo pulmonar e identificar os vasos correspondentes ao lobo acometido;
5. Fazer a ligadura dupla dos ramos da artéria e veia pulmonares com fio inabsorvível;
6. Seccionar o brônquio e suturar seu coto proximal com fio inabsorvível;
7. Remover a peça cirúrgica;
8. Revisar cuidadosamente a hemostasia (não há sangramento no campo cirúrgico);
9. Fazer a drenagem torácica;
10. Implante de cateter intrapleural para analgesia pós-operatória;
11. Fazer síntese (fechar) da parede torácica por planos anatômicos (tecido símile ao lado de tecido símile).
Pergunta-se: Quais as origens Embriológicas, respectivamente, das referidas patologias?
Hélia Cannizzaro