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 Imunidade e Vírus

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5 participantes
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Hélia Cannizzaro




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MensagemAssunto: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeSáb Abr 05, 2014 6:44 pm

Imunidade e Vírus
Charles apresentou este interesse temático.
Abstract - Vírus são microrganismos INTRACELULARES obrigatórios. Eles variam em sua complexidade e estratégias de replicação. Alguns produzem infecção aguda e são eliminados do hospedeiro, enquanto outros persistem indefinidamente produzindo doença tardia e/ou crônica. Os mecanismos imune inato (herdado da mãe), para os vírus, incluem interferon (= uma citocina = uma proteína pro-inflamatória = uma interleucina) e células NK (natural Killer). Essas últimas derivadas da linhagem linfoide - a partir da célula tronco (stem cell). As células T citotóxica reconhece as células infectadas por vírus. Os vírus podem romper as funções do sistema imune.
Os vírus requerem, portanto, a maquinária bioquímica do nosso organismo. Eles são extremamente diversos em sua complexidade genética e estrutural, daí a dificuldade de vacinoterapia no reconhecimento de epitopos "fundamentais" - que distinga cada vírus, em si, com sua particularidade individual. Há ainda os "viroides" que são agentes infecciosos das plantas consistindo de um único AN (ácido nucleico) - e os "prions" que são essencialmente proteínas infecciosas associadas com doenças neurológicas degenerativas em animais e nos homens. Os vírus se ligam às células hospedeiras via receptores específicos (parecem, que nos conhecem há muito tempo). Os vírus têm um tropismo para cada célula em particular. O vírus entra na célula, se incorpora, faz transcrição e produz suas próprias proteínas virais. O genoma viral é replicado e nova progênie é gerada (vírions = filhos do vírus), que são liberados para infectar nossas células e novos tecidos, portanto. O tempo para geração de vírions, varia. O picornavírus (vírus RNA) leva 08 horas para produzir novos vírions, enquanto o citomegalovírus (Vírus DNA) leva 48 horas. Teria alguma relação com sintomatologia precoce ou tardia?. Quando falamos em imunidade inata, falamos de interferon (IFN) e NK. Existem 3 tipos de interferon, que inibem a replicação viral. IFN alfa (interferon de leucócitos, cromossoma 9), IFN beta (interferon de fibroblastos, cromossoma 9) e IFN gama (interferon imune, cromossoma 12). Infecção viral leva a produção de IFN alfa e beta e, consequentemente, ativa a síntese de proteína quinase (67KD = 67.000 daltons) (que inibe a tradução de proteína viral) e 2´5´- oligoadenilato sintetase (que degrada RNA viral). As células NK são detectadas com 02 dias após a infecção viral. São as principais células efetoras contra Herpes virus e Citomegalovirus (CMV). O IFN gama ativa célula NK. Os Acs (anticorpos sintetizados pelos linfócitos B) atuam neutralizando os VIRUS CIRCULANTES. Aqui, o Complemento (conjunto de proteínas secretadas pelo fígado) é fundamental. O complemento faz lise do complexo antígeno-anticorpo (Ag-Ac), aqui chamado de virólise. As células T citotóxica são específicas para MHC classe I (MHC =- major hystocompatibility complex), lembrando que todas as células do corpo expressam em células leucocitárias MHC classe I, e que apenas, as células do sistema linfoide expressam MHC classe II. As células contendo em sua membrana MHC processam em seu citoplasma a proteína mais antigênica, do vírus, em moléculas menores = peptídeos, e esses peptídeos, agora ligado no MHC (na superfície da célula), estimulam linfócitos T e Acs. Uma gravidade do vírus Epstein-Barr é que ele codifica uma interleucina (=citocina = proteína pro-inflamatória = interleucina = IL) homóloga à humana - é IL-10, que desativa o sistema imunológico. Qual inteligência molecular viral e maior gravidade da mononucleose infecciosa.
Retornarei.
Hélia Cannizzaro

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Livia Ribeiro Gondim




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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeDom Abr 06, 2014 2:50 pm

Muito interessante professora, achei especialmente esclarecedor essa informação de " o complemento (conjunto de proteínas secretadas pelo fígado) é fundamental. O complemento faz lise do complexo antígeno-anticorpo (Ag-Ac), aqui chamado de virólise", sempre que estudava não analisava o que ocorria com o complexo após a imunização, quem era responsável por destruí-lo, no caso isso me desperta uma dúvida: os vírus que atacam o fígado de forma mais vigorosa, como por exemplo Adenovírus, Enterovírus ( hepatite A), entre outros afetariam portanto o processo de destruição deste complexo, quais as consequências diretas dessa não destruição? Surgiriam complicações também derivadas desse fato que juntamente com a interferência do vírus na ação do fígado, seriam o fator para tais doenças hepáticas serem tão sérias?
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Hélia Cannizzaro




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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeDom Abr 06, 2014 6:54 pm

Cara Livia
A Virologia, Livia, é uma ciência que se depara com vários problemas. Por exemplo, a Microbiologia tem o suporte da antibioticoterapia e da própria Imunidade Inata e Adquirida do paciente na geração de ACs ESPECíFICOS para os Gram positivos como Staphylococcus aureus, Streptococo beta hemolítico do grupo A de Lancenfied (agente da febre reumática e da GNDA = glomerulonefrite difusa aguda), Pneumococos, etc. e de Gram negativos como Proteus vulgaris, Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli, etc. Os ACs (=anticorpos) possuem uma região amino (NH2) - que se liga especificamente ao Ag (antígeno = seu peptídeo mais "nocivo" = antígeno, portanto, já processado) e uma região carboxil (COOH) onde se liga o complemento (as proteínas hepáticas que "implodem" o complexo Ag-AC). A região NH2 contem regiões determinantes de complementariedade (CDR1, CDR2, CDR3, etc.) que se ligam ao Ag (especificamente) através de ligação não covalente. O tema PROCESSAMENTO DOS Ags é bastante interessante. Voltando à Virologia. O problema das doenças virais serem sérias, como você comentou, é que essa complementariedade CDR se faz mais difícil porque o processamento deste "peptídeo nocivo" é mapeado com maior dificuldade porque os vírus têm uma complexidade maior (molecular e em número). Quando o vírus tem predileção pelo fígado, o fato ainda se complica mais. As protéinas complemento também são comprometidas na lesão parenquimatosa hepática.
Veja bem, em relação às viroses, menor possibilidade de mapear a antigenicidade e justo menor possibilidade de "isolar" no laboratório um peptídeo específico na geração de vacinoterapia.


Livia Ribeiro Gondim escreveu:
 Muito interessante professora, achei especialmente esclarecedor essa informação de " o complemento (conjunto de proteínas secretadas pelo fígado) é fundamental. O complemento faz lise do complexo antígeno-anticorpo (Ag-Ac), aqui chamado de virólise", sempre que estudava não analisava o que ocorria com o complexo após a imunização, quem era responsável por destruí-lo, no caso isso me desperta uma dúvida: os vírus que atacam o fígado de forma mais vigorosa, como por exemplo Adenovírus, Enterovírus ( hepatite A), entre outros afetariam portanto o processo de destruição deste complexo, quais as consequências diretas dessa não destruição? Surgiriam complicações também derivadas desse fato que juntamente com a interferência do vírus na ação do fígado, seriam o fator para tais doenças hepáticas serem tão sérias?
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Ana Cazuzu




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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeTer Abr 15, 2014 1:55 pm

Tema muito interessante professora. Depois que li, pesquisei sobre terapia gênica com vetores virais como uma alternativa de tratamento. Contudo, isso não é tão simples. Além da produção desses vetores para uso humano ter um custo muito elevado, existem outros problemas envolvidos como, por exemplo: geração de vírus de replicação competente, imunogenicidade causada pela expressão dos genes virais, mutagênese e ativação de oncogenes. Espero que os setores industriais e acadêmicos continuem suas pesquisas para que no futuro possamos ter acesso a esses "vetores ideais" nas farmácias.
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maxwellmoura




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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeQua Abr 16, 2014 4:23 am

Prof., esses dias estava lendo um artigo sobre a doença reumática do coração e a cardiomiopatia chagásica crônica  e vi que são são sequelas de infecções microbianas (Streptococcus pyogenes e Trypanosoma cruzi, respectivamente), e são prevalentes na América Latina. Estas duas patologias são definidas como doenças auto-imunes em órgãos específicos. Então, eu li que nos mecanismos de mimetismo molecular existe como uma associação genética aos antígenos HLA estão, talvez, implicados nestas duas patologias. Prof. Como eu posso caracterizar os prováveis responsáveis pelo desencadeamento dessas patologias e existe linfócitos T infiltrantes do tecido cardíaco?
Obrigado
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Murilo Vieira




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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeSex Abr 18, 2014 8:26 pm

Maxwell, creio que existem sim linfócitos T infiltrantes no tecido cardíaco já que esse órgão é de suma importância para a homeostasia corporal.Em geral as lesões cardíacas são caracterizadas por intenso infiltrado inflamatório, com predomínio de linfócitos T CD4+. Estas células respondem simultaneamente contra antígenos do estreptococo, em especial a proteína M, e proteínas cardíacas tais como miosina e vimentina, caracterizando o processo auto-imune desencadeado por mimetismo molecular.Como está havendo lesão do miocárdio proteínas residuais desse tecido acabam indo para a circulação periférica onde acabará por sensibilizar os linfócitos T periféricos que após a recirculação irão atuar diretamente na lesão contra o estreptococo.

Espero ter ajudado.
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Hélia Cannizzaro




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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeTer Abr 22, 2014 9:34 pm

E você no futuro, Ana Cazuzu, poderá ajudar, e muito.
O esforço científico se traduz em diagnóstico e terapêutica corretos.
O Médico diagnostica com kits criados pela Ciência, medica com medicamentos testados pela Ciência,
e opera cirurgicamente por técnicas testadas, previamente, de forma experimental.
Parabéns ao Mundo Científico.

Ana Cazuzu escreveu:
Tema muito interessante professora. Depois que li, pesquisei sobre terapia gênica com vetores virais como uma alternativa de tratamento. Contudo, isso não é tão simples. Além da produção desses vetores para uso humano ter um custo muito elevado, existem outros problemas envolvidos como, por exemplo: geração de vírus de replicação competente, imunogenicidade causada pela expressão dos genes virais, mutagênese e ativação de oncogenes. Espero que os setores industriais e acadêmicos continuem suas pesquisas para que no futuro possamos ter acesso a esses "vetores ideais" nas farmácias.
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Hélia Cannizzaro




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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitimeTer Abr 22, 2014 9:46 pm

Maxwell Moura
Estou achando oportuno seu interesse com Imunologia, quando da curiosidade anterior Tumor versus Imunidade.
Hoje já existe um perfil HLA (hystocompatibility leucocyte antigen) em várias patologias.
Quem possui um HLA type específico possui propensão ao desenvolvimento daquela patologia em questão.
Isso é fundamental, no conceito embriogênico, pois nos encaminha melhor na prevenção e terapêutica precoce.
Irei lhe enviar uma tabela de alguns HLA versus patologias. E irei também falar sobre HLA.
Um abraço,
Hélia Cannizzaro

maxwellmoura escreveu:
Prof., esses dias estava lendo um artigo sobre a doença reumática do coração e a cardiomiopatia chagásica crônica  e vi que são são sequelas de infecções microbianas (Streptococcus pyogenes e Trypanosoma cruzi, respectivamente), e são prevalentes na América Latina. Estas duas patologias são definidas como doenças auto-imunes em órgãos específicos. Então, eu li que nos mecanismos de mimetismo molecular existe como uma associação genética aos antígenos HLA estão, talvez, implicados nestas duas patologias. Prof. Como eu posso caracterizar os prováveis responsáveis pelo desencadeamento dessas patologias e existe linfócitos T infiltrantes do tecido cardíaco?
Obrigado
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MensagemAssunto: Re: Imunidade e Vírus   Imunidade e Vírus Icon_minitime

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