carinascanoni
Mensagens : 2 Data de inscrição : 19/03/2015
| Assunto: Um artigo para correlacionar técnicas histológicas em biópsia pulmonar. Sáb Abr 18, 2015 8:36 pm | |
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Hélia Cannizzaro
Mensagens : 1065 Data de inscrição : 23/06/2013
| Assunto: Re: Um artigo para correlacionar técnicas histológicas em biópsia pulmonar. Sex Abr 24, 2015 12:59 am | |
| Achei este artigo ótimo, que envolve as doenças difusas do pulmão (DPD). Costumamos chamá-las de DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). São doenças graves, como as pneumonias que o artigo trata, os enfisemas pulmonares, as atelectasias, enfim, as cor pulmonale. Um fato muito interessante, é que essas doenças cursam com diminuição do volume de alvéolos viáveis e aumento da pressão de dentro para fora, onde na lei de Gay-Lussac – PV=nRT onde P=nRT/V onde quanto menor o volume maior a pressão. Os autores, diante de pacientes graves em CTI, tiveram sucesso com uma mortalidade de 47% e nenhum deles teve relação com o procedimento, mesmo porque a razão PaO2/FiO2 e PEEP não mostrou diferenças significativas. Num procedimento deste porte, abrindo o tórax (toracotomia), em pacientes com insuficiência respiratória aguda, é surpreendente manter uma Pressão de O2 assim. De maior valia, foi ainda, obter um diagnóstico rápido e preciso (com BPC) em patologias que se desconhece a etiologia. A ventilação era invasiva (média de 13 dias antes da BPC), ou seja, havia total segurança pois os pacientes estavam intubados (Bird – automatizados). Além, a drenagem do espaço pleural foi sempre efetuada. 21,1% dos doentes tiveram suporte inotrópico na altura da biópsia certamente para corrigir a hipotensão e falência pulsátil do coração. O diagnóstico anátomo-patológico (futura cadeira a ser cursada por vocês) foi lesão alveolar difusa na fase fibroproliferativa e exsudativa. Recordem, do corte de pulmão, e lembrem dos espaços livres (vacâncias) dos ductos, sacos alveolares e alvéolos. Voltando, a PV=nRT, as lesões cicatriciais no corpo humano, como um todo, não é parenquimatosa e sim estromal (como fibras colágenas) = fibroproliferativa. E exsudativa que é símbolo de secreção, diferente do transudato. Lembrando, que tecido fibroso no lugar de célula (parênquima) estimula a inflamação e é meio de cultura para o desenvolvimento de bactérias. E os autores mostraram a presença, em três casos, de Pseudomonas aeruginosa (uma bactéria gram negativa) e Legionella. Fiquei na dúvida, se a pneumonia eosinofílica foi por protozoário ou helminto, pois os autores não deixaram claro. Na Figura 1 (A) fica claro o espessamento intersticial comprimindo a luz dos ductos e sacos alveolares. O discreto infiltrado de monócitos e linfócitos não é fácil de visualizar neste aumento. A Figura 2 mostra claramente o fundo de fibrose (um desarranjo histológico). Na Figura 3, a fibrose é de tal dimensão (intraluminal) que desaparece a organização histológica do bronquíolo. O que impressionou, também, foi que os autores preferiram a toracotomia (aberta) em relação à biópsia por videotoracoscopia, pela primeira ser mais rápida. E finalizam, “ a realização mais precoce da BPC poderia, em alguns casos, originar resultados ainda mais significativos”. - carinascanoni escreveu:
- Caros discentes, boa tarde!!
Segue abaixo, o link de um artigo para que vocês constatem não apenas os aspectos clínicos da doença difusa do parênquima pulmonar, mas também as características histopatológicas da mesma, já que a maioria conheceu o referido tecido saudável. Boa leitura!
http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0873-21592009000400003&script=sci_arttext
Atenciosamente,
Carina Scanoni Maia. | |
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