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 Febre Reumática e o Coração

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Hélia Cannizzaro




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Data de inscrição : 23/06/2013

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MensagemAssunto: Febre Reumática e o Coração   Febre Reumática e o Coração Icon_minitimeSeg Mar 30, 2015 5:45 pm

A febre reumática (FR) é uma patologia causada pelo agente Streptococcus β hemolítico do grupo A de Lancenfield que cursa com cardiopatia e lesões articulares. Em muitos aspectos, essas lesões articulares se assemelham às lesões articulares das doenças autoimunes, daí a necessidade de diagnóstico diferencial entre elas. A FR pertence ao grupo das afecções difusas do tecido conjuntivo. Os 50 tipos imunologicamente diferentes de Streptococcus β hemolítico do grupo A de Lancenfield, são reumatogênicos, e produzem substâncias como a estreptolisina O. Os pacientes produzem anticorpos (Acs) contra a estreptolisina O (AEO = anti-estreptolisina O), e, é um dos parâmetros laboratoriais para acompanhamento clínico, desses pacientes, e decisão terapêutica (=tratamento). A ocorrência familiar de casos com a doença reumática é bem conhecida, contudo o problema da participação genética é ainda controvertido. O surto da doença reumática surge após uma fase de latência, variável de 01 a 03 semanas depois da infecção estreptocócica. A enfermidade, embora ocorra em qualquer idade, atinge de preferência, crianças e adolescentes (dos 07 aos 14 anos). É pouco comum em idades inferiores há 03 anos ou superiores a 20. Como surto de repetição, entretanto, pode manifestar-se na quinta ou sexta décadas de vida. A febre e outros elementos, como palidez, inapetência, dificuldade de ganhar peso, particularmente em crianças com queixas de infecções das vias aéreas superiores, fazem suspeitar da atividade reumática. Os picos febris costumam ocorrer entre 10 e 11 horas e 15 e 17 horas. Com relação ao coração, há uma pancardite reumática, com palpitações, dores precordiais, náuseas e vômitos. É comum o abafamento de bulhas, em particular da primeira em área mitral (valvulite). Pode haver um sopro sistólico mitral suave; sopro protossistólico agudo; e sopro mesodiatólico em área mitral (valvulite mitral). O comprometimento miocárdico pode se caracterizar por taquicardia; hipofonese da primeira bulha; ritmo de galope; hipotensão arterial; extrassístoles; fibrilação atrial; e sintomas de insuficiência cardíaca. A agressão ao pericárdio costuma ser regra na doença reumática com dor retroesternal, precordial, e epigástrica. O derrame pericárdico, de aparecimento tardio, constitui sinal de maior gravidade. Dos fenômenos articulares, a exsudação (secreção) é não purulenta (sem pus) da cavidade articular e espaço periarticular. Esse infiltrado inflamatório contém leucócitos polimorfonucleares, e na cronificação do processo há predominância de monócitos, edema e necrose fibrinoide na membrana sinovial. Há uma poliartrite, com comprometimento das articulações com sucessão rápida, onde cada articulação é afetada num curto período de tempo, e somente após o desaparecimento, ou pelo abrandamento, dos fenômenos inflamatórios de uma delas é que ocorre o comprometimento de outra (poliartrite itinerante). Não apresenta caráter simétrico, não obedece a orientação centrípeta ou centrífuga. A maior intensidade do surto inflamatório dura de 2 a 7 dias. As alterações do sistema nervoso relacionam-se provavelmente a fenômenos exsudativos, inflamatórios e lesões vasculares, e as áreas mais atingidas abrangem o putâmen e o núcleo caudado, e eventualmente, os gânglios basais e o cerebelo. Podem ocorrer alterações psíquicas e movimentos espontâneos, incoordenados e constantes, constituindo a coreia (coreia de Sydenham, coreia “minor”; dança de São Vito). Outra forma de lesão nervosa seria a encefalopatia reumática. Os nódulos subcutâneos são alterações locais do tecido subcutâneo, onde se encontra área central de necrose fibrinoide (joelhos, mãos, cotovelos e tornozelos). Do ECG (eletrocardiograma) - e da onda P, complexo QRS e onda T, há anomalias da onda P; alterações do espaço P-R; anomalias do complexo QRS; alterações do segmento S-T e alterações da onda T. Ao Raio X, na miocardite na fase aguda, há dilatações miógenas do coração. Quando há aumento da área cardíaca que atinge ou supera 20%, a suspeita de derrame pericárdico deve ser feita. Ao Raio X pode ser visualizado, também, edema agudo de pulmão quando a diminuição da transparência pulmonar torna-se acentuada. No laboratório, um aumento de VHS (velocidade de hemossedimentação do sangue); queda de albumina e aumento das gamaglobulinas (anticorpos = Acs); aumento de PCR (proteína C reativa); aumento de AEO (antiestreptolisina O); leucocitose com discreto desvio à esquerda.
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caio.paes




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MensagemAssunto: Re: Febre Reumática e o Coração   Febre Reumática e o Coração Icon_minitimeTer Mar 31, 2015 2:59 am

Após uma leitura da cartilha de febre reumática, produzida pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, datada do ano de 2011, percebi que esse documento abordou em quinze itens a febre reumática relacionada, principalmente, com crianças. Isso ratifica a postagem da professora Hélia que diz:
"A enfermidade, embora ocorra em qualquer idade, atinge de preferência, crianças e adolescentes (dos 07 aos 14 anos). É pouco comum em idades inferiores há 03 anos ou superiores a 20."

Foi abordado, também, que a doença se dá através de uma infecção na garganta pela bactéria Streptococus, tem predisposição genética e, apesar de pesquisas estarem sendo realizadas, a causa dessa predisposição não foi descoberta.

As manifestações são as supracitadas pelo post da Professora, mas um fato curioso é que nem sempre o portador da febre reumática apresenta febre. A febre aparece com mais frequência na etapa de infecção na garganta do que na fase de febre reumática propriamente dita.

Para se chegar ao diagnóstico da febre reumática é necessário que se observe alguns fatores como a velocidade de homossedimentação do sangue (VHS), proteína C reativa (PCR) aumentada e alfaglicoproteína. O médico poderá atestar o diagnóstico da febre reumática através da antiestreptolisina O (ASLO) e se o paciente relatar uma infecção de garganta antes do aparecimento das anormalidades anteriormente referidas, facilitará bastante o trabalho do profissional de saúde.

O tratamento da febre reumática se dá, primeiramente no combate à infecção da garganta ministrando penicilina benzatina numa dose de 600.000 unidades para crianças até 20kg e 1.200.000 unidades para crianças de mais de 20kg. Para o tratamento da artrite, é aconselhado o ácido acetilsalicílico. Já para o comprometimento do coração, utiliza-se corticoide na proporção de 1 a 2mg/kg/dia durante 6 a 8 semanas. Para o tratamento da coréia, o haloperidol ou o ácido valpróico até os movimentos cessarem.

Ainda não existe vacina para a febre reumática, porém a Sociedade Brasileira de Reumatologia encontra-se otimista devido às pesquisas realizadas para achar uma possível vacina.
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Ana Catarina Viana Jardim




Mensagens : 4
Data de inscrição : 25/03/2015

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MensagemAssunto: Re: Febre Reumática e o Coração   Febre Reumática e o Coração Icon_minitimeTer Mar 31, 2015 3:57 am

A febre reumática, ou reumatismo infeccioso, é uma doença que está sendo pesquisada em nosso país em busca de uma possível vacina para tal doença. Essa febre tem como alvo de preferência crianças com idade entre 7 a 14 anos, como citado no texto acima, em locais com falta de saneamento básico e também possui um fator genético. A doença tem como ponto de partida infeccoes anteriores pela bactéria Estreptococo do grupo A, e é autoimune, pois, por razões ainda não descobertas, a febre reumática afeta o sistema imunológico, fazendo-o atacar células e tecidos saudáveis do corpo, por considerá-las células estranhas. Consequencias dessa patologia são dores e inchaços nas articulações, a formação de nódulos indolores, artrite migratória,, nódulos indolores sobre a pele, etc. Em relação ao coração, tal doença pode decorrer em sopro cardíaco, cardite, comprometimento das válvulas cardiacas, e causando assim grandes alterações patologicas na circulação sanguinea.
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Cicera Analú Alves da Sil




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Data de inscrição : 19/03/2015

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MensagemAssunto: Re: Febre Reumática e o Coração   Febre Reumática e o Coração Icon_minitimeDom Abr 05, 2015 7:01 pm

Um fato que me chamou atenção foi que a Febre Reumática é uma doença que está frequentemente associada à pobreza e às más condições de vida. Assim, apesar da reconhecida redução da incidência desta doença nas últimas décadas nos países desenvolvidos, permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento ( No Brasil, por exemplo, segundo a  OMS e o IBGE são tidos 30.000 novos casos a cada ano). Apesar da reconhecida importância do problema e da existência de estratégias comprovadamente eficazes de prevenção e tratamento, as ações de saúde desenvolvidas até hoje têm se mostrado insuficientes para o adequado controle da Febre Reumática no Brasil. Talvez esse seja o motivo pelo qual ainda não se criou uma vacina para esta doença, por ela ser uma doença negligenciada e está relacionada ao subdesenvolvimento, mesmo não sendo correto o modelo de saúde que vivemos visa ao lucro e tudo que for de encontro a isso, costuma ser deixado em segundo plano.
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Hélia Cannizzaro




Mensagens : 1065
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MensagemAssunto: Re: Febre Reumática e o Coração   Febre Reumática e o Coração Icon_minitimeTer Abr 07, 2015 9:28 pm

Caio Paes
Excelente texto.
Bem pontuado que a predisposição não é sabida.
Interessante, que o mesmo agente, do Grupo A de Lancenfield, pode levar em
determinados pacientes febre reumática e em outros GNDA (glomerulonefrite
difusa aguda). Fique atento em pacientes com repetidas infecções em
laringe, faringe e amígdalas palatinas - e do risco de febre reumática ou
GNDA, posteriormente. Um padrão simples, nesses pacientes com
infecções respiratórias superiores, são as dosagens de ASO (FR) e
ureia e creatinina (para avaliar os rins).


caio.paes escreveu:
Após uma leitura da cartilha de febre reumática, produzida pela Sociedade Brasileira de Reumatologia, datada do ano de 2011, percebi que esse documento abordou em quinze itens a febre reumática relacionada, principalmente, com crianças. Isso ratifica a postagem da professora Hélia que diz:
"A enfermidade, embora ocorra em qualquer idade, atinge de preferência, crianças e adolescentes (dos 07 aos 14 anos). É pouco comum em idades inferiores há 03 anos ou superiores a 20."

Foi abordado, também, que a doença se dá através de uma infecção na garganta pela bactéria Streptococus, tem predisposição genética e, apesar de pesquisas estarem sendo realizadas, a causa dessa predisposição não foi descoberta.

As manifestações são as supracitadas pelo post da Professora, mas um fato curioso é que nem sempre o portador da febre reumática apresenta febre. A febre aparece com mais frequência na etapa de infecção na garganta do que na fase de febre reumática propriamente dita.

Para se chegar ao diagnóstico da febre reumática é necessário que se observe alguns fatores como a velocidade de homossedimentação do sangue (VHS), proteína C reativa (PCR) aumentada e alfaglicoproteína. O médico poderá atestar o diagnóstico da febre reumática através da antiestreptolisina O (ASLO) e se o paciente relatar uma infecção de garganta antes do aparecimento das anormalidades anteriormente referidas, facilitará bastante o trabalho do profissional de saúde.

O tratamento da febre reumática se dá, primeiramente no combate à infecção da garganta ministrando penicilina benzatina numa dose de 600.000 unidades para crianças até 20kg e 1.200.000 unidades para crianças de mais de 20kg. Para o tratamento da artrite, é aconselhado o ácido acetilsalicílico. Já para o comprometimento do coração, utiliza-se corticoide na proporção de 1 a 2mg/kg/dia durante 6 a 8 semanas. Para o tratamento da coréia, o haloperidol ou o ácido valpróico até os movimentos cessarem.

Ainda não existe vacina para a febre reumática, porém a Sociedade Brasileira de Reumatologia encontra-se otimista devido às pesquisas realizadas para achar uma possível vacina.
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Hélia Cannizzaro




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MensagemAssunto: Re: Febre Reumática e o Coração   Febre Reumática e o Coração Icon_minitimeTer Abr 07, 2015 9:29 pm

Ana Catarina Viana Jardim
Lido
Ana Catarina Viana Jardim escreveu:
A febre reumática, ou reumatismo infeccioso, é uma doença que está sendo pesquisada em nosso país em busca de uma possível vacina para tal doença. Essa febre tem como alvo de preferência crianças com idade entre 7 a 14 anos, como citado no texto acima, em locais com falta de saneamento básico e também possui um fator genético. A doença tem como ponto de partida infeccoes anteriores pela bactéria Estreptococo do grupo A, e é autoimune, pois, por razões ainda não descobertas, a febre reumática afeta o sistema imunológico, fazendo-o atacar células e tecidos saudáveis do corpo, por considerá-las células estranhas. Consequencias dessa patologia são dores e inchaços nas articulações, a formação de nódulos indolores, artrite migratória,, nódulos indolores sobre a pele, etc. Em relação ao coração, tal doença pode decorrer em sopro cardíaco, cardite, comprometimento das válvulas cardiacas, e causando assim grandes alterações patologicas na circulação sanguinea.
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Hélia Cannizzaro




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MensagemAssunto: Re: Febre Reumática e o Coração   Febre Reumática e o Coração Icon_minitimeTer Abr 07, 2015 9:57 pm

Cícera Analú Alves
Você está certa, é uma realidade dolorosa.



Cicera Analú Alves da Sil escreveu:
Um fato que me chamou atenção foi que a Febre Reumática é uma doença que está frequentemente associada à pobreza e às más condições de vida. Assim, apesar da reconhecida redução da incidência desta doença nas últimas décadas nos países desenvolvidos, permanece como um grande problema de saúde pública, principalmente nos países em desenvolvimento ( No Brasil, por exemplo, segundo a  OMS e o IBGE são tidos 30.000 novos casos a cada ano). Apesar da reconhecida importância do problema e da existência de estratégias comprovadamente eficazes de prevenção e tratamento, as ações de saúde desenvolvidas até hoje têm se mostrado insuficientes para o adequado controle da Febre Reumática no Brasil. Talvez esse seja o motivo pelo qual ainda não se criou uma vacina para esta doença, por ela ser uma doença negligenciada e está relacionada ao subdesenvolvimento, mesmo não sendo correto o modelo de saúde que vivemos visa ao lucro e tudo que for de encontro a isso, costuma ser deixado em segundo plano.
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